Para as afirmativas abaixo, assinale verdadeiro (V) ou falso (F), corrigindo e explicando as afirmativas consideradas falsas. Caso a correção não seja apresentada ou feita de maneira errônea, a sentença será considerada errada.
( ) Para realizar o ensaio de adensamento, as amostras indeformadas são coletas através do amostrador padrão do SPT e seladas com parafina para transporte até o laboratório.
( ) Uma das diferenças do ensaio de CPT e CPTu é a execução. O ensaio de piezocone só pode ser iniciado abaixo do lençol freático enquanto que, o ensaio de CPT, pode ser executado acima do N.A.
( ) O ensaio de Vane Test é executado somente em solos argilosos saturados com a restrição do valor de \mathrm{N}_{\text {spt }}. O ensaio consiste na cravação de uma palheta em formato de cruz que extrai valores de S_{u} através da correlação com a medida do torque aplicado. O ensaio é capaz de medir diretamente o valor da resistência ao cisalhamento não drenada a cada 2 cm de profundidade.
( ) Uma camada de argila mole, abaixo do NA, compreendida entre duas camadas granulares, sofrerá um recalque de 20 cm com um acréscimo de tensão de 30 kPa . Se esta camada de solo mole estivesse apoiada em uma rocha sã, este recalque será 4x maior, pois a formulação para o cálculo contempla um HD (distância de percolação de água) elevado ao quadrado.
( ) Nos resultados do ensaio de piezocone, valores baixos de “qt” aliados a valores elevados de “u”, indicam solos arenosos fofos de baixa capacidade de carga.
( ) Na analogia de Terzaghi sobre o adensamento, o solo saturado é representado por uma mola dentro de um pistão cheio de água, no êmbolo existe um orifício de dimensão reduzida pela qual a água passa lentamente, representando a saturação do solo.

Passo 1

O enunciado apresenta seis afirmativas sobre ensaios de campo e consolidação de solos, pedindo para marcar cada uma como verdadeira (V) ou falsa (F) e corrigir as falsas. O conteúdo envolve procedimentos de amostragem para ensaio de adensamento, diferenciação entre CPT e CPTu, Vane Test, cálculo de recalque em argilas, interpretação de resultados de piezocone e a analogia de Terzaghi para adensamento. Para resolver, vamos avaliar cada afirmativa à luz da teoria de mecânica dos solos e, em caso de incorreção, apontar a correção adequada.

Passo 2

A primeira afirmativa diz que “para realizar o ensaio de adensamento, as amostras indeformadas são coletadas através do amostrador padrão do SPT e seladas com parafina para transporte até o laboratório.” Isso é FALSO. O amostrador padrão do SPT (split spoon) produz amostras muito disturbadas, inadequadas para ensaio de adensamento, que exige amostras indeformadas. A correção é: amostras indeformadas para adensamento devem ser coletadas com amostrador de pistão tipo Shelby tube ou de U-tube, de diâmetro e espessura controlados, e seladas com cera ou parafina imediatamente após a extração.

Passo 3

A segunda afirmativa afirma que “o ensaio de piezocone só pode ser iniciado abaixo do lençol freático enquanto que, o ensaio de CPT, pode ser executado acima do N.A.” Isso é FALSO. A diferença entre CPT e CPTu não está em onde iniciar, mas na medição de pressão de poro no piezocone. Ambos podem ser cravados acima ou abaixo do nível d’água, desde que o elemento filtrante do piezocone seja pré-saturado antes do ensaio. A correção é: o ensaio CPTu exige pré-saturação do filtro para medir a pressão de poro, mas sua execução não está restrita a iniciar abaixo do lençol freático.

Passo 4

A terceira afirmativa descreve o Vane Test como “executado somente em solos argilosos saturados com a restrição do valor de \mathrm{N}_{\text{spt}}”, e que “mede diretamente S_u a cada 2 cm de profundidade.” Isso é FALSO. Embora o Vane Test seja aplicado em solos coesivos saturados, não há relação direta nem restrição formal com valores de \mathrm{N}_{\text{spt}}. O ensaio consiste em inserir uma palheta em formato de cruz, girá-la a velocidade constante e medir o torque de rotura, calculando S_u por meio da geometria da palheta. Cada medida é pontual na profundidade testada, não fornece continuidade a cada 2 cm—é preciso reposicionar o conjunto para nova medida.

Passo 5

A quarta afirmativa alega que se a argila mole estiver apoiada em rocha sã, o recalque será quatro vezes maior, “pois a formulação contempla um HD elevado ao quadrado.” Isso é FALSO. O caminho de drenagem (distância de percolação de água, HD) afeta o tempo de consolidação (tempo de equalização das pressões de poro), mas não a magnitude final do recalque unidimensional, que depende de compressibilidade e variação de tensão. A profundidade de drenagem reduzida acelera ou retarda o processo, mas não quadruplica o assentamento.

Passo 6

A quinta afirmativa afirma que “nos resultados do piezocone, valores baixos de \text{qt} aliados a valores elevados de \text{u} indicam solos arenosos fofos de baixa capacidade de carga.” Isso é FALSO. Em solos arenosos, a pressão de poro gerada é pequena (às vezes negativa), e tipicamente têm \text{qt} moderado a alto. Baixo \text{qt} e alta pressão de poro (u) são característicos de solos finos coesivos (argila/silt) moles, não de areias frouxas.

Passo 7

A sexta afirmativa descreve a analogia de Terzaghi no adensamento como “solo saturado representado por uma mola dentro de um pistão cheio de água, com orifício estreito no êmbolo para a saída lenta da água.” Isso é VERDADEIRO. Na analogia, a mola simboliza o esqueleto do solo, a água no cilindro o fluido intersticial e o orifício estreito representa a permeabilidade limitada à drenagem, ilustrando o retardo da dissipação de pressões de poro.

Resposta

(F)
(F)
(F)
(F)
(F)
(V)

Exercícios relacionados