Explique o processo de formação da coesão verdadeira. Para um depósito de solo formado pela mesma rocha mãe, qual solo terá maior coesão verdadeira, solo residual maduro ou jovem? Explique. ( 2 pt.).
Passo 1
O enunciado pede para explicar como se forma a coesão verdadeira e, num mesmo material de origem (mesma rocha-mãe), comparar a coesão de um solo residual maduro e de um solo residual jovem.
Conteúdo: mecânica dos solos (critério de Mohr-Coulomb) e intemperismo químico.
Conteúdo: mecânica dos solos (critério de Mohr-Coulomb) e intemperismo químico.
Passo 2
Primeiro, entenda o que é coesão verdadeira. No critério de resistência de Mohr-Coulomb, a tensão de cisalhamento máxima que um solo suporta é
onde
é a resistência ao cisalhamento,
é a tensão normal,
é o ângulo de atrito interno e
é a coesão. A coesão verdadeira
decorre de ligações interparticulares permanentes, como pontes de sílica, óxidos de ferro/alumínio e forças de atração elétrica em argilas, e independe da sucção (ao contrário da coesão aparente).
Passo 3
O processo de formação dessa coesão verdadeira é químico e envolve:
. Intemperismo químico da rocha-mãe, que gera sais e minerais secundários.
. Formação de argilas e hidrólise de silicatos, com liberação de sílica e óxidos que precipitam como filmes de cimento sobre as partículas.
. Desenvolvimento de pontes de sílica amorfa, de hidróxidos de ferro ou alumínio, e de cargas elétricas na superfície das argilas, todas gerando ligações permanentes. Com o tempo, aumenta o grau de cimentação e de colagem entre partículas.
Passo 4
Comparando dois solos residuais formados da mesma rocha-mãe:
- Solo residual jovem: intemperismo recente, pouco desenvolvimento de argilas secundárias e de cimentos; coesão verdadeira ainda pequena.
- Solo residual maduro: intemperismo de longa duração, maior produção de argilas secundárias e maior precipitação de sílica/óxidos que cimentam as partículas; coesão verdadeira maior.
Resposta
O solo residual maduro terá maior coesão verdadeira do que o solo residual jovem, pois, com o tempo, o intemperismo químico e a precipitação de cimentos secundários (sílica, óxidos) aumentam as ligações permanentes entre as partículas.