Por que ao aumentarmos a resistência periférica vascular há aumento da pressão arterial?
Passo 1
O enunciado pergunta por que, ao aumentarmos a resistência periférica vascular, há um aumento da pressão arterial. O conteúdo envolvido é dinâmica de fluidos no sistema circulatório, que usamos de forma análoga à Lei de Ohm em eletricidade. Vamos precisar da relação básica entre pressão, fluxo e resistência.
Passo 2
Num circuito hydrodinâmico, a diferença de pressão entre duas regiões
sustenta o fluxo de sangue
através de uma resistência vascular
. A relação é
onde
é a pressão gerada pelo coração (aproximadamente a pressão arterial média),
é o débito cardíaco (volume de sangue bombeado por unidade de tempo) e
é a resistência periférica total.
Passo 3
Se considerarmos o débito cardíaco
aproximadamente constante (ou variando pouco num curto prazo), um aumento de
implica que o produto
cresce. Como
deve se ajustar para manter o mesmo fluxo, a pressão arterial média sobe.
Passo 4
De modo mais fisiológico, a resistência periférica aumenta quando há vasoconstrição arteriolar. Pela Lei de Poiseuille,
em que
é a viscosidade do sangue,
o comprimento do vaso e
o raio. Uma pequena redução em
causa grande aumento em
. Para o coração continuar bombeando o mesmo volume por minuto, a pressão de saída precisa ser maior, elevando a pressão arterial.
Passo 5
Portanto, o aumento da resistência periférica obriga o sistema cardiovascular a desenvolver uma maior diferença de pressão para manter o débito cardíaco, o que se traduz em elevação da pressão arterial.
Resposta
Porque, segundo a relação
, se
(resistência periférica) aumenta e
(débito cardíaco) se mantém, então
(pressão arterial) precisa subir para manter o fluxo.