Explique por que a curva de potencial de ação das fibras do miocárdio apresenta um platô.

Passo 1

O enunciado nos pede para entender por que a fibra do miocárdio, ao gerar potencial de ação, não repolariza imediatamente após a despolarização inicial, mas mantém um estágio onde a voltagem de membrana fica quase constante – o chamado “platô”. O conteúdo aqui é fisiologia celular cardíaca, e vamos precisar lembrar dos principais canais iônicos envolvidos nas fases do potencial de ação: canais de sódio rápidos, canais de cálcio tipo L de condução lenta e correntes de potássio.

Passo 2

Logo que chega um estímulo, abre-se rapidamente o canal de sódio (fase 0), entrando muito \text{Na}^+ e despolarizando a membrana. Em seguida (fase 1) ocorre uma breve repolarização parcial porque se abrem canais de potássio transientes e sai \text{K}^+. Até aí, seria igual a um neurônio comum.

Passo 3

Entretanto, ao mesmo tempo que alguns canais de \text{K}^+ permanecem abertos, abrem-se canais de cálcio tipo L (fase 2). Esses canais conduzem \text{Ca}^{2+} lentamente para dentro da célula. A corrente de entrada de \text{Ca}^{2+} equilibra em grande parte a corrente de saída de \text{K}^+, fazendo com que a membrana fique “presa” num valor de voltagem intermediário – é o platô.

Passo 4

Esse platô de voltagem prolonga muito o período refratário da fibra cardíaca. O resultado funcional é impedir que o coração entre em contrações tetânicas (sustentadas e contínuas), garantindo que cada potencial de ação seja seguido de relaxamento antes do próximo batimento.

Resposta

O platô no potencial de ação cardíaco surge porque, após a despolarização inicial por \text{Na}^+, a corrente lenta de entrada de \text{Ca}^{2+} pelos canais tipo L equilibra a saída simultânea de \text{K}^+, mantendo a membrana em voltagem quase constante e prolongando o período refratário.

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