Por que indivíduos com desidratação podem apresentar um aumento da resistência vascular?

Passo 1

O enunciado pergunta por que, em quadros de desidratação, ocorre aumento da resistência vascular. O conteúdo é fisiologia cardiovascular, em especial os mecanismos de autorregulação hemodinâmica que entram em ação quando o volume intravascular cai. Para resolver, vamos ver como a perda de água afeta o débito cardíaco, ativa reflexos nervosos e hormonais e altera a viscosidade sanguínea, tudo levando a vasoconstrição e aumento da resistência periférica.

Passo 2

Com a desidratação há redução do volume do líquido extracelular e, em particular, do volume sanguíneo (pré‐carga). Isso diminui o retorno venoso ao coração, reduzindo o volume de ejeção e, consequentemente, o débito cardíaco. Uma queda do débito cardíaco tende a baixar a pressão arterial média, e o organismo precisa manter a perfusão dos órgãos.

Passo 3

A redução da pressão arterial é detectada pelos barorreceptores das grandes artérias (arco aórtico e seio carotídeo). Esses sensores baixam seu estímulo de descarga e provocam aumento do tônus simpático. O sistema nervoso simpático estimula diretamente os receptores α‐adrenérgicos das arteríolas, promovendo vasoconstrição e, com isso, aumentando a resistência vascular periférica.

Passo 4

Simultaneamente, a diminuição da perfusão renal induz o rim a liberar mais renina, ativando o sistema renina‐angiotensina‐aldosterona. A angiotensina II é um vasoconstritor potente que age rapidamente sobre as arteríolas, elevando ainda mais a resistência vascular. A aldosterona promove retenção de sódio e água, restaurando volume a médio prazo, mas o efeito imediato sobre resistência é feito pela angiotensina II.

Passo 5

Além disso, a desidratação aumenta a concentração de solutos no plasma, elevando a viscosidade sanguínea. Um sangue mais viscoso exige maior força para circular, o que se traduz em aumento da resistência ao fluxo nos pequenos vasos.

Resposta

A resistência vascular aumenta em desidratação porque a redução do volume sanguíneo aciona reflexos simpáticos e o sistema renina‐angiotensina, ambos promovendo vasoconstrição, e porque o sangue mais concentrado fica mais viscoso, exigindo maior pressão para manter o fluxo.

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