Para um aço eutetoide, descreva tratamentos térmicos isotérmicos que seriam exigidos para produzir amostras com as seguintes combinações de limite de resistência à tração e ductilidade (%RA):
1700 MPa e (45 % RA)

Passo 1

O enunciado pede um aço eutetoide (teor de carbono \approx 0,8 %) submetido a tratamentos térmicos isotérmicos que produzam uma combinação de limite de resistência à tração \sigma_U = 1700\,\text{MPa} e ductilidade \%\text{RA} = 45\%. Para isso precisamos usar o diagrama TTT do aço eutetoide e as curvas que relacionam microestrutura x propriedades mecânicas.

Passo 2

No diagrama TTT de um aço eutetoide distinguem-se três regiões principais de transformação isotérmica a partir da austenita:
  1. Região superior (“bainita alta” e perlita grossa) – gera estruturas relativamente dúcteis (RA \approx 25–40 %) mas com resistência limitada \sigma_U até \approx 1000 MPa).
  2. Região intermediária (“bainita baixa”) – gera bainita fina, com \sigma_U \approx 1200–1500 MPa e RA \approx 10–20 %.
  3. Fugídia do campo de martensita (resfriamento rápido abaixo de M_S – produz martensita bruta, com \sigma_U \approx 1800–2000 MPa mas RA muito baixa (< 5 %).

Passo 3

Para obter \sigma_U = 1700\,\text{MPa} só cabe recorrer à martensita (ou martensita temperada), que exige resfriamento rápido abaixo de M_S ( \approx 250\circC) e, se for temperada, reaquecimento controlado a \approx 200 350\circC. Essas microestruturas atingem \sigma_U em torno de 1600–1900 MPa, mas sempre com RA <=15 %.

Passo 4

Por outro lado, ductilidades tão elevadas quanto \%\text{RA}=45\% só se obtêm em microestruturas ferrita-perlita grosseira ou perlita fina (tratamentos isotérmicos acima da “zona da bainita alta”), o que limita fortemente \sigma_U a <=1000 MPa.

Resposta

Não existe tratamento isotérmico em aço eutetoide que produza simultaneamente \sigma_U = 1700\,\text{MPa} e \%\text{RA} = 45\%; a combinação está fora da faixa de propriedades alcançáveis pelas microestruturas isotérmicas do TTT.

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