Por que ao se analisar diferentes métodos analíticos observa-se o limite de quantificação e não o de detecção?
Passo 1
O enunciado pergunta por que, ao comparar vários métodos analíticos, se toma como referência o limite de quantificação em vez do limite de detecção. O conteúdo é de química analítica, mais especificamente de metrologia analítica, e vamos precisar das definições de limite de detecção (LOD) e limite de quantificação (LOQ), além de compreender seus papéis na avaliação de métodos.
Passo 2
Definimos o limite de detecção
como a menor concentração que pode ser diferenciada de um branco, porém sem garantia de precisão. Em geral usa-se
e o limite de quantificação
como a menor concentração que pode ser medida com precisão e exatidão aceitáveis, usando
onde
é o desvio-padrão das medidas do branco.
Passo 3
O
só nos diz que existe um sinal acima do ruído, mas não garante repetibilidade nem exatidão num valor concreto de concentração. Em torno do
a incerteza relativa é altíssima, tornando impossível reportar um valor quantificado confiável.
O , por sua vez, estabelece um patamar em que a incerteza relativa (variabilidade) e o viés do método são aceitáveis para fins quantitativos. Ou seja, ao nível de
já conseguimos medir concentrações com precisão e exatidão dentro de limites pré-definidos (tipicamente
).
O
Passo 4
Para comparar métodos analíticos precisamos saber até que ponto cada método fornece resultados quantitativos confiáveis. O
não assegura isso, pois indica apenas a presença do analito. Já o
está diretamente ligado à capacidade de quantificar com qualidade metrológica, que é o critério mais relevante em avaliação e seleção de métodos.
Resposta
Compara-se o limite de quantificação porque ele garante precisão e exatidão mínimas para relatarmos resultados numéricos confiáveis, enquanto o limite de detecção só atesta a presença do analito sem possibilitar quantificação com incerteza controlada.