Nas cerâmicas cristalinas, a deformação plástica ocorre pelo movimento das discordâncias. Verdadeiro ou Falso? Justifique sua resposta.
Passo 1
O enunciado pergunta se em cerâmicas cristalinas a deformação plástica ocorre por movimento de discordâncias. Aqui o conteúdo envolvido é o comportamento mecânico de materiais cerâmicos, em especial os mecanismos de plasticidade (movimento de discordâncias) versus fratura (mecânica de materiais).
Passo 2
Cerâmicas cristalinas possuem ligações predominantemente iônicas ou covalentes, que são fortes e direcionais. Isso faz com que o número de sistemas de deslizamento (planos e direções ao longo dos quais uma discordância pode escorregar) seja muito pequeno, além de elevar muito a energia de ativação para o movimento de uma discordância.
Passo 3
Para que ocorra deformação plástica por deslizamento de discordâncias é preciso que elas se movam com relativa facilidade. Em metais, onde as ligações são metálicas e não direcionais, isso acontece facilmente: formam-se muitas discordâncias e elas deslizam por vários sistemas. Nas cerâmicas, no entanto, as barreiras energéticas são tão altas que, a baixas e médias temperaturas, as discordâncias ficam praticamente imobilizadas. O material não flui plasticamente, mas rompe de maneira frágil.
Passo 4
Embora em temperaturas muito elevadas (
) algumas cerâmicas possam apresentar algum deslizamento de discordâncias ou mecanismos de creep por difusão, isso não caracteriza a plasticidade usual. A curva tensão-deformação mostra fratura sem patamar plástico apreciável.
Resposta
Falso. Nas cerâmicas cristalinas, devido às fortes ligações iônicas/covalentes e ao baixo número de sistemas de deslizamento, as discordâncias não se movem a temperaturas normais, levando ao comportamento frágil em vez de deformação plástica por deslizamento de discordâncias.