Comente a textura de solos coluvionares, aluvionares (pluviais e fluviais) e eólicos e que problemas estes solos podem apresentar às obras assentes sobre eles.
Passo 1
O enunciado pede para caracterizar a textura de três grupos de solos – coluvionares, aluvionares (pluviais e fluviais) e eólicos – e indicar que tipos de problemas geotécnicos cada um pode trazer a fundações e obras. Para isso, vamos (
) descrever qualitativamente a granulometria e a origem de cada solo e (
) apontar suas principais implicações em termos de estabilidade, recalque, erosão ou colapso.
Passo 2
Colluvionares: são sedimentos transportados e acumulados por gravidade ao pé de encostas, formando mantos heterogêneos. A textura varia de blocos angulosos e cascalhos a sedimentos finos com pouco empacotamento natural.
Problemas geotécnicos:
– Estratificação irregular e presença de fragmentos grandes provocam recalques diferenciais em fundações rasas.
– Baixa coesão entre partículas soltas e alto índice de vazios podem facilitar infiltração de água e deslizes de talude.
– Drenagem rápida em camadas mais grossas, mas retenção de água em bolsões de finos, gerando variações de resistência.
– Estratificação irregular e presença de fragmentos grandes provocam recalques diferenciais em fundações rasas.
– Baixa coesão entre partículas soltas e alto índice de vazios podem facilitar infiltração de água e deslizes de talude.
– Drenagem rápida em camadas mais grossas, mas retenção de água em bolsões de finos, gerando variações de resistência.
Passo 3
Aluvionares pluviais e fluviais:
Pluviais – depósitos de enxurradas em leitos intermitentes ou fans aluviais junto à encosta. Geralmente pouco consolidados, com mistura de cascalho, areia e silte, mal graduados.
Fluviais – sedimentos depositados por rios em canais ativos e planícies de inundação. Apresentam estratificação bastante marcada: trechos de seixos e areias médias bem graduadas alternam-se com lâminas de silte e argila fina.
Problemas geotécnicos:
– Estratos alternados de grãos grossos e finos podem causar recalques desiguais e assentamentos diferenciais ao longo da fundação.
– Sedimentos finos (siltes e argilas de inundação) são compressíveis, acumulam assentamentos ao longo do tempo (consolidação).
– Em áreas de sedimentos arenosos saturados, risco de liquefação em evento sísmico e de erosão local em leitos fluviais (scour) comprometendo pilares e tubulações.
– Estratos alternados de grãos grossos e finos podem causar recalques desiguais e assentamentos diferenciais ao longo da fundação.
– Sedimentos finos (siltes e argilas de inundação) são compressíveis, acumulam assentamentos ao longo do tempo (consolidação).
– Em áreas de sedimentos arenosos saturados, risco de liquefação em evento sísmico e de erosão local em leitos fluviais (scour) comprometendo pilares e tubulações.
Passo 4
Eólicos: formados pelo transporte de partículas finas pelo vento, como dunas e loess. Predominam partículas de silte e areia fina, com estrutura frouxa, sem estratificação bem marcada.
Problemas geotécnicos:
– Altos índices de vazios e partículas muito finas propiciam colapso súbito quando ocorre molhagem (colapsibilidade do loess).
– Baixa coesão natural e estrutura delicada facilitam erosão e carregamento eólico antes mesmo de iniciar a obra.
– Montagem de fundações exige cuidado extra de adensamento prévio ou melhoramento por vibrocompactação para evitar assentamentos excessivos.
– Altos índices de vazios e partículas muito finas propiciam colapso súbito quando ocorre molhagem (colapsibilidade do loess).
– Baixa coesão natural e estrutura delicada facilitam erosão e carregamento eólico antes mesmo de iniciar a obra.
– Montagem de fundações exige cuidado extra de adensamento prévio ou melhoramento por vibrocompactação para evitar assentamentos excessivos.
Passo 5
Síntese das implicações em obras:
Heterogeneidade e estratificação dos coluvionares e aluvionares geram recalques diferenciais, exigindo radiers ou sapatas isoladas com boas juntas de dilatação.
Sedimentos finos aluvionares e eólicos demandam estudo de consolidação ou ensaios de colapsibilidade e, muitas vezes, pré-carregamento ou drenos para acelerar a consolidação.
Solos de granulometria grossa bem drenados (fluviais) podem sofrer liquefação em sismos e escavações junto a corpos d’água exigem proteção contra scour.
Sistemas de drenagem e obras de contenção (cortinas atirantadas, estacas secantes) são frequentemente necessários para controlar instabilidade em taludes de colluvionares ou depósitos eólicos soltos.
Resposta
Colluvionares
Textura: blocos e cascalhos angulosos misturados a finos, mal graduados.
Problemas: recalques diferenciais, instabilidade de taludes, variação brusca de permeabilidade.
Aluvionares pluviais
Textura: mistura de cascalho, areia e silte, pouco estratificada.
Problemas: recalques desiguais, compressibilidade moderada, drenagem irregular.
Aluvionares fluviais
Textura: camadas alternadas de seixo, areia, silte e argila fina, bem estratificadas.
Problemas: assentamentos por consolidação, liquefação arenosa saturada, erosão/sCOUR.
Eólicos
Textura: partículas de silte e areia fina, estrutura muito frouxa e sem estratificação.
Problemas: colapsibilidade ao molhar, assentamentos excessivos, erosão pelo vento.