Qual a diferença da martensita para a martensita revenida, explique enfocando também sua diferença no comportamento mecânico.
Passo 1
O enunciado pede para distinguir a martensita da martensita revenida, destacando também como elas se comportam mecanicamente. Isso envolve conhecer o processo de têmpera (formação da martensita) e de revenido (reatuação térmica da martensita), bem como as alterações microestruturais e suas consequências nos parâmetros de dureza, resistência e tenacidade.
Passo 2
Martensita é a estrutura que se forma quando um aço com teor de carbono é resfriado muito rapidamente (têmpera) a partir da região austenítica. Nesse resfriamento brusco não há tempo para difusão de carbono, de modo que o carbono fica aprisionado na rede cúbica de corpo centrado distorcida (bct). Isso gera alta densidade de defeitos e tensões internas, resultando em:
• Elevadíssima dureza e resistência à tração;
• Baixa ductilidade e tenacidade, pois as tensões internas favorecem fraturas frágeis;
• Microestrutura lamelar ou acicular, com tetragonali\r
dade da célula unitaria (c/a > 1).
• Elevadíssima dureza e resistência à tração;
• Baixa ductilidade e tenacidade, pois as tensões internas favorecem fraturas frágeis;
• Microestrutura lamelar ou acicular, com tetragonali\r
dade da célula unitaria (c/a > 1).
Passo 3
Revenido consiste em reaquecer a martensita temperada a uma temperatura moderada (tipicamente entre
C e
C), mantendo por tempo suficiente para que o carbono residual difunda e precipite como pequenos carbonetos. Nesse tratamento ocorre:
• Alívio de tensões internas, reduzindo defeitos de rede;
• Formação de carbonetos finos (ε-carbetos, cementita), diminuindo a tetragonali\r
dade;
• Leve coarsening (alargamento) das placas martensíticas à medida que sobe mais a temperatura de revenido.
• Alívio de tensões internas, reduzindo defeitos de rede;
• Formação de carbonetos finos (ε-carbetos, cementita), diminuindo a tetragonali\r
dade;
• Leve coarsening (alargamento) das placas martensíticas à medida que sobe mais a temperatura de revenido.
Passo 4
Na microestrutura a martensita não revenida é quase inteiramente supersaturada de carbono em solução sólida, enquanto a martensita revenida apresenta dispersão de carbonetos finos dentro da matriz ferrítica deformada. Essa diferença permite que a martensita revenida relache parte das tensões residuais e diminua a fragilidade, mantendo boa parte da resistência inicial.
Passo 5
Do ponto de vista mecânico as diferenças principais são:
• Martensita: dureza e limite de escoamento muito altos, porém arrancada por baixa tenacidade e ducti\r
lidade. Alta propensão a fissuração frágil sob impacto.
• Martensita revenida: redução controlada de dureza (até 20–30 % em função do revenido), queda moderada de resistência, mas acréscimo significativo de tenacidade e ducti\r
lidade. Melhor comportamento em fadiga e sob cargas de choque.
• Martensita: dureza e limite de escoamento muito altos, porém arrancada por baixa tenacidade e ducti\r
lidade. Alta propensão a fissuração frágil sob impacto.
• Martensita revenida: redução controlada de dureza (até 20–30 % em função do revenido), queda moderada de resistência, mas acréscimo significativo de tenacidade e ducti\r
lidade. Melhor comportamento em fadiga e sob cargas de choque.
Resposta
A martensita é a fase extremamente dura e frágil que surge na têmpera, com carbono preso em solução sólida na rede bct e altas tensões internas. A martensita revenida resulta de um revenido que precipita carbonetos finos e alivia tensões, diminuindo dureza e resistência máximas, mas aumentando muito tenacidade e ductilidade.