Existem dois cloretos de chumbo conhecidos: cloreto de chumbo (II) e cloreto de chumbo (IV). Explique a existência desses dois compostos com base na rede de ideias interconectadas para o entendimento da Tabela Periódica. Qual dos dois compostos você acredita que seja um “sal” mais típico, ou seja, qual teria caráter mais iônico?
Passo 1
Beleza, vamos lá! O enunciado diz que existem dois cloretos de chumbo, o
(chumbo II) e o
(chumbo IV). A pergunta é: por que surgem esses dois compostos olhando para a Tabela Periódica e suas “idéias interligadas”? E, ainda, qual deles é o sal mais típico, ou seja, qual é o mais iônico?
Para resolver isso, vamos precisar entender:
Para resolver isso, vamos precisar entender:
- Onde o chumbo está na Tabela Periódica (grupo, período).
- Tendências periódicas (raio atômico, eletronegatividade, energia de ionização, etc.).
- Estados de oxidação possíveis para chumbo e o tal “efeito do par inerte”.
- Critérios de caráter iônico vs. covalente (polarização de ânions por cátion, diferença de eletronegatividade).
Passo 2
Primeiro, a posição do chumbo (Pb) na Tabela Periódica:
- É um elemento do grupo 14 (mesmo grupo do carbono e do silício), no 6º período.
- Sendo um metal pesado, tem um raio atômico grande e eletronegatividade moderada (cerca de 2,33 na escala Pauling).
- Quanto maior o raio, mais fácil é remover elétrons (baixa energia de primeira ionização relativa a metais leves).
Esses pontos ajudam a entender por que o Pb pode perder elétrons para formar cátions.
Passo 3
Agora, estados de oxidação:
- Em teoria o Pb pode perder os dois elétrons do subnível 6p e os dois do 6s, ficando em +4. Mas…
- Existe o “efeito do par inerte”: os elétrons do orbital ns (aqui 6s) ficam com tendência a não participar da ligação em metais pesados. Isso faz o estado +2 (onde só os 6p são perdidos) ser bem mais estável que o +4.
- Logo, tanto faz existirem
(para ) quanto (para ), mas o +2 é quimicamente favorecido pelo par 6s “inerte”.
Passo 4
Sobre caráter iônico vs. covalente:
- Critério básico: diferença de eletronegatividade Pb–Cl e polarização do ânion Cl⁻ pelo cátion Pbⁿ⁺.
- No
, temos que é menos carregado e relativamente maior, então ele polariza menos o ânion Cl⁻. Resultado: ligações mais iônicas, formando um sal típico. - No
, é pequeno e muito carregado, polariza fortemente o Cl⁻ e atrai fortemente os elétrons, deixando a ligação mais covalente (até dá pra pensar em ligações de coordenação ou pares compartilhados).
Resposta
O sal mais típico, com caráter mais iônico, é o cloreto de chumbo II,
.