Quais as principais diferenças entre os procedimentos para obtenção da curva granulométrica utilizados na caracterização de agregados para a construção civil e aqueles utilizados na caracterização dos solos?

Passo 1

O enunciado pede para comparar os procedimentos de obtenção da curva granulométrica em dois contextos: agregados para a construção civil e solos. O conteúdo envolve métodos de separação por peneiras e, no caso dos solos, também métodos hidrométricos e de pipeta. Para resolver, precisamos descrever cada procedimento e destacar diferenças em preparação, equipamentos e análise de resultados.

Passo 2

Descrevendo o procedimento típico para agregados:
  1. Seque a amostra em estufa a 110^circC até massa constante.
  2. Pese a amostra total M0.
  3. Monte uma série de peneiras com aberturas normalmente de 25 mm a 0,075 mm e agite mecanicamente por tempo padronizado.
  4. Pese o material retido em cada peneira Mi e calcule o percentual retido MiM0times100% ou passante.
  5. Construa a curva granulométrica com a porcentagem passante em função do diâmetro efetivo das peneiras.

Passo 3

Descrevendo o procedimento para solos:
  1. Seção grosseira ( >0,075 mm): segue o mesmo peneiramento dos agregados.
  2. Seção fina ( <0,075 mm): utiliza método hidrométrico (ASTM D422) ou de pipeta.
  3. Antes do ensaio fino, adiciona dispersante (ex.: sulfato de sódio ou calgon) e faz agitação mecânica ou magnética para dispersar partículas coloidais.
  4. Registra leituras de densidade aparente da suspensão ao longo do tempo com o hidrómetro, aplicando correções de temperatura e densidade da água.
  5. Converte cada leitura em percentual de material em suspensão utilizando a lei de Stokes e soma ao percentual grosseiro para obter a curva completa.

Passo 4

Diferenças na preparação da amostra:
  • Agregados: basta secar e eventualmente lavar para remover finos aderidos.
  • Solos: exige remoção de matéria orgânica e carbonatos (tratamento químico opcional), além de dispersão química das argilas para que fiquem em suspensão.

Passo 5

Diferenças nos equipamentos e métodos de separação:
  • Agregados: conjunto de peneiras metálicas e agitador mecânico.
  • Solos: além das peneiras, requer agitador magnético ou mecânico com dispersante, balança analítica, béqueres e hidrómetro (ou pipeta) para fração fina.

Passo 6

Diferenças na análise dos resultados:
  • Agregados: cálculo direto de massa retida e passante, sem correções adicionais.
  • Solos: exige correções de temperatura, densidade do dispersante e da água, cálculo via equações de sedimentação de Stokes e soma das parcelas grosseira e fina.

Resposta

  • Na caracterização de agregados usa-se apenas peneiramento mecânico entre 25 mm e 0,075 mm, com secagem simples e cálculo direto de massa retida/passante.
  • Na caracterização de solos há divisão em fração grosseira (peneiras) e fração fina ( <0,075 mm) obtida por método hidrométrico ou de pipeta, exigindo dispersante químico, agitação especial e correções de temperatura e densidade na análise.
  • A preparação difere: solos precisam de remoção de matéria orgânica e dispersão coloidal, enquanto agregados só secagem e eventual lavagem.
  • Nos equipamentos, agregados usam peneiras e agitador mecânico; solos adicionam agitador magnético, hidrómetro (ou pipeta), béqueres e reagentes.
  • Nos cálculos, agregados não requerem correções extras; solos aplicam a lei de Stokes, correção de temperatura e densidade para converter leituras em percentuais finos.

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