Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke e Jean-Jacques Rousseau são considerados contratualistas, já que estabeleceram a existência de um pacto social que define como os sujeitos vivem ao saírem do estado de natureza. Na discussão contratualista, os pensadores buscam estabelecer de que forma acontece a legitimidade do Estado. Considerando o pensamento destes filósofos, analise as afirmações abaixo.
I- Segundo Hobbes, o direito de natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, buscando a preservação da sua própria natureza.
II- Os indivíduos deixados no seu estado natural, vivendo na insegurança, na angústia, na guerra, são lobos de outros homens, segundo Locke.
III - Para Locke, o poder legislativo age como um poder fiduciário, agindo apenas para certos fins, podendo ser removido pelo povo.
IV - Rousseau entende que não é o número de votos que generaliza a vontade, mas, sim, o interesse comum que une os diferentes cidadãos.
V- O pacto social para Rousseau não estabelece entre os cidadãos uma igualdade, pois não exige o mesmo grau de comprometimento de todos os sujeitos.
Estão CORRETAS:

Passo 1

Resumindo o enunciado: a questão trata dos contratualistas Hobbes, Locke e Rousseau e pede para verificar quais das cinco afirmações sobre o pacto social e a legitimidade do Estado estão corretas. Vamos revisar cada autor e comparar com suas ideias centrais.

Passo 2

Analisando a afirmação I – “Segundo Hobbes, o direito de natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, buscando a preservação da sua própria natureza.”
Hobbes define exatamente o direito de natureza como a liberdade de usar os meios que cada um julgar necessários para conservar a própria vida. Logo, a afirmação I está correta.

Passo 3

Analisando a afirmação II – “Os indivíduos deixados no seu estado natural, vivendo na insegurança, na angústia, na guerra, são lobos de outros homens, segundo Locke.”
Essa visão de “homo homini lupus” (o homem é lobo do homem) é de Hobbes, não de Locke. Locke vê o estado de natureza como um estado de igualdade e liberdade, embora sujeito a conflitos sem um poder árbitro. Portanto, a afirmação II está incorreta.

Passo 4

Analisando a afirmação III – “Para Locke, o poder legislativo age como um poder fiduciário, agindo apenas para certos fins, podendo ser removido pelo povo.”
Locke realmente concebe o legislativo como detentor de um poder por confiança (fiduciário) e prevê que, se descumprir os limites do contrato, pode ser revogado pelo povo. Assim, a afirmação III está correta.

Passo 5

Analisando a afirmação IV – “Rousseau entende que não é o número de votos que generaliza a vontade, mas, sim, o interesse comum que une os diferentes cidadãos.”
Rousseau distingue a vontade de todos (soma dos interesses particulares) da vontade geral (interesse comum). Para ele, a vontade geral não é mera contagem de votos, mas a expressão do bem comum. Logo, a afirmação IV está correta.

Passo 6

Analisando a afirmação V – “O pacto social para Rousseau não estabelece entre os cidadãos uma igualdade, pois não exige o mesmo grau de comprometimento de todos os sujeitos.”
Na verdade, Rousseau defende a igualdade: o pacto social exige que todos se submetam igualmente à vontade geral, sem hierarquias de comprometimento. A afirmação V está incorreta.

Resposta

I, III e IV estão corretas.

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