0 berílio é visivelmente diferente dos outros alcalino-terrosos em suas propriedades químicas. Você concorda com esta afirmação? Justifique sua resposta.
Passo 1
O enunciado pergunta se o elemento berílio é “visivelmente diferente” dos outros metais alcalino-terrosos (ou seja, dos outros elementos do grupo 2) e pede que eu justifique essa opinião.
Informações dadas (implícitas no enunciado) que vou usar: o berílio é o primeiro elemento do grupo 2; o grupo 2 inclui ,
,
,
,
(e
).
O que é pedido: uma resposta clara (sim/não) e uma justificativa que explique em que aspectos o comportamento do berílio difere do dos demais.
Informações dadas (implícitas no enunciado) que vou usar: o berílio é o primeiro elemento do grupo 2; o grupo 2 inclui
O que é pedido: uma resposta clara (sim/não) e uma justificativa que explique em que aspectos o comportamento do berílio difere do dos demais.
Passo 2
Vou começar lembrando, de forma simples, quais propriedades típicas caracterizam os metais alcalino-terrosos em geral (para termos uma referência ao comparar o berílio). Essas características gerais são:
- tendência a formar íons com carga
( ); - óxidos e hidróxidos basicos (reagem com ácidos, liberam
); - ligações com caráter bastante iônico, que aumenta ao descer o grupo (mais metálicos para
, , ); - química predominantemente “salina/iónica” em muitos compostos simples.
Esses pontos nos dão um padrão “esperado” do grupo contra o qual comparar o comportamento do berílio.
Passo 3
Agora descrevo as peculiaridades do berílio (o que o torna diferente). Listei os fatos principais e explico cada um de forma didática:
- Tamanho atômico/íon pequeno e alta densidade de carga: o átomo/íon
é muito menor que os outros do grupo; o íon tem carga concentrada num raio pequeno. Isso significa que ele tem grande capacidade de polarização (ou seja, atrai fortemente os elétrons das espécies vizinhas). - Energia de ionização elevada e eletronegatividade relativamente maior: como é pequeno e mantém bem seus elétrons, é mais difícil arrancar elétrons de
do que, por exemplo, de . Isso reduz sua tendência a formar ligações puramente iônicas. - Alto poder polarizante → caráter covalente: por causa do pequeno raio e alta carga efetiva,
polariza os ânions, distorcendo sua nuvem eletrônica. Pela regra empírica das Fajans (vou explicar a seguir), isso favorece ligações com caráter covalente.
Explicando Fajans’ rules (modo simples):
- Quanto menor o catião e maior a carga, maior a polarização do ânion;
- Quanto mais polarizável (grande) o anião, maior a distorção;
- Resultado: ligação com caráter mais covalente (partilha de elétrons) em vez de pura atração eletrostática (iônica).
Aplicando isso:é pequeno e muito polarizante → muitos sais de berílio têm caráter covalente, diferente do comportamento ionicão típico dos demais alcalino-terrosos.
Passo 4
Dou exemplos concretos e comparativos (isso ajuda muito na prova — cite exemplos curtinhos que mostram a diferença):
-
versus : -
é covalente/polimérico no sólido e, em fase gasosa, forma moléculas lineares (caráter covalente). Ele forma adutos com doadores de pares (por exemplo, é aceite por éteres ou aminas). -
tem caráter claramente iônico e se comporta como sal típico.
-
- Óxidos/hidróxidos:
-
e são anfóteros (reagem tanto com ácidos quanto com bases). - Já
, , , são essencialmente básicos.
Isso mostra uma diferença química importante: anfoterismo é uma assinatura do caráter menos iônico e mais covalente/complex-forming de.
-
- Hidretos e compostos covalentes:
é polimérico e covalente, muito diferente do hidreto mais iônico esperado de um metal alcalino-terroso.
Esses exemplos concretos são úteis na prova: ao verou , já devemos desconfiar que o comportamento não será o “típico iônico” do grupo.
Passo 5
Relação diagonal e comparação com alumínio (uma consequência pedagógica muito útil):
- O berílio mostra uma “relação diagonal” com o alumínio (
); isto é, lembra quimicamente o que faz. Exemplos: ambos têm óxidos anfóteros ( e ), ambos formam haletos com caráter covalente ( , é covalente/dímero ). - Essa relação diagonal é um sinal claro de que
não segue o “padrão do grupo” tão bem quanto os outros (em vez disso, aproxima-se do comportamento de um elemento em outra coluna).
Passo 6
Outros pontos práticos que reforçam a diferença (bom para decorar/usar em prova):
- Complexação:
forma complexos com ligantes de pares eletrônicos (por exemplo, com aminas, éteres), porque aceita pares de elétrons; isso não é tão pronunciado nos cátions maiores do grupo. - Hidrolise: na água
tende a hidrolisar — formar espécies como — por causa da alta densidade de carga; isso explica solubilidades e comportamento ácido/anfótero. - Propriedades físicas: o berílio metálico é rígido, com ponto de fusão relativamente alto e propriedades mecânicas distintas (mas na prova química foque principalmente na química de compostos — ligação, anfoterismo, polarização).
Passo 7
Resumo didático do porquê eu concordo (pontos que você pode citar na prova, curtos e diretos):
- Sim, eu concordo:
é visivelmente diferente dos outros alcalino-terrosos. - Motivos centrais (frases prontas para prova): “Devido ao seu pequeno raio e alta densidade de carga,
é altamente polarizante; pela regra de Fajans isso confere caráter covalente aos seus compostos, torna seus óxidos/hidróxidos anfóteros e aproxima sua química da do alumínio (relação diagonal).”
Esses pontos bastam para justificar a afirmação de modo convincente.
Passo 8
Dicas rápidas para decorar/usar na prova (meio amigo explicando, pra te dar coragem):
- Decore 3 sinais de “anomalia” do
: pequeno raio → alta polarização → caráter covalente / anfoterismo / formação de complexos. - Se aparecer
, pense “covalente” (não iônico). Se aparecer ou , pense “anfótero” (não só básico). - Relacione mentalmente
com (ajuda a lembrar o anfoterismo e o caráter covalente).
Resposta
Concordo.
difere claramente dos outros alcalino-terrosos porque seu pequeno raio e alta densidade de carga tornam
altamente polarizante; isso confere caráter covalente aos seus compostos, faz com que seus óxidos/hidróxidos sejam anfóteros (em vez de simplesmente básicos) e aproxima sua química da do alumínio (relação diagonal), enquanto os demais do grupo exibem química mais iônica e óxidos/hidróxidos tipicamente básicos.