Dizia Aristóteles que a Terra era corruptível, a Lua variável e o céu imutável. O que levou Galileu a duvidar da imutabilidade do céu?
Passo 1
O enunciado lembra a visão aristotélica de que a Terra era corruptível, a Lua sofria variações e o “céu” – isto é, as esferas celestes além da Lua – era perfeitamente imutável. O conteúdo aqui é história da astronomia renascentista, e vamos precisar considerar as observações telescópicas que Galileu Galilei fez a partir de 1609.
Passo 2
Galileu ouviu falar da invenção do telescópio e construiu versões próprias que ampliavam objetos em até 30 vezes. Com esse instrumento, ele pôde olhar para a Lua, o Sol, as estrelas e planetas com detalhe sem precedentes. Foi essa inovação tecnológica que abriu para ele uma janela de observação direta, em vez de confiar em argumentos puramente filosóficos.
Passo 3
Ao apontar seu telescópio para a Lua, Galileu percebeu montanhas, vales e crateras, com sombras que mudavam conforme a fase lunar. Essa irregularidade geológica provava que a Lua não era uma esfera lisa e perfeita, ao contrário do que se esperava para o “céu” imutável.
Passo 4
Em seguida, Galileu acompanhou as manchas escuras que apareciam e desapareciam na superfície do Sol (as manchas solares). Como essas manchas se deslocavam, ele concluiu que o Sol também era sujeito a mudanças e imperfeições.
Passo 5
Por fim, ao observar a Via Láctea com ampliação, Galileu descobriu que ela era composta de uma enorme quantidade de estrelas muito próximas, não uma nuvem uniforme e imaculada. Isso reforçou a ideia de que o universo era muito mais dinâmico e variado do que a filosofia aristotélica supunha.
Resposta
Galileu passou a duvidar da imutabilidade do céu porque, com seu telescópio, ele observou crateras e montanhas na Lua, manchas móveis no Sol e a composição estelar da Via Láctea, mostrando que as esferas celestes também apresentavam imperfeições e mudanças.