Em uma empresa de alimentos realizou manutenções e acabou de misturar dois tipos de aço inox, conforme descrição abaixo. Descreva o que pode ocorrer com esta peça em termos de corrosão.
\begin{tabular}{|c|c|c|c|}
\hline Tipo & Cromo (Cr) % & Níquel (Ni) % & Molibdênio (Mo) % \
\hline 304 & 18,00 & 8,00 & 0,00 \
\hline 316 & 18,00 & 14,00 & 3,00 \
\hline
\hline Tipo & Cromo (Cr) % & Níquel (Ni) % & Molibdênio (Mo) % \
\hline 304 & 18,00 & 8,00 & 0,00 \
\hline 316 & 18,00 & 14,00 & 3,00 \
\hline
Passo 1
O enunciado diz que, numa mesma peça, foram misturados dois aços inoxidáveis em contato direto:
– Aço 304, com composição aproximada de e
;
– Aço 316, com composição aproximada de ,
e
.
Pergunta-se o que vai ocorrer em termos de corrosão quando ambos ficam expostos ao mesmo eletrólito (por exemplo, água contendo cloretos, típicos em indústrias de alimentos).
– Aço 304, com composição aproximada de
– Aço 316, com composição aproximada de
Pergunta-se o que vai ocorrer em termos de corrosão quando ambos ficam expostos ao mesmo eletrólito (por exemplo, água contendo cloretos, típicos em indústrias de alimentos).
Passo 2
Stainless steels (aços inox) se protegem por uma fina camada passiva de óxido de cromo
que se forma naturalmente. O níquel
ajuda a manter a estrutura austenítica e a solubilidade do oxigênio, e o molibdênio
– presente no 316 – aumenta muito a resistência a pite e à corrosão localizada em presença de cloretos.
Passo 3
Quando dois metais (ou ligas) com potenciais eletroquímicos diferentes ficam em contato num eletrólito, forma-se uma célula galvânica. O metal menos nobre (menor potencial) atua como ânodo e sofre corrosão; o mais nobre (maior potencial) atua como cátodo e é protegido.
Nesse caso, o aço 316, por conter e maior teor de
, é ligeiramente mais nobre que o 304. Logo, o 304 será o ânodo da célula galvânica.
Nesse caso, o aço 316, por conter
Passo 4
Em ambiente contendo cloretos (como água de limpeza ou resíduos de sal), espera-se:
– Corrosão galvânica localizada no aço 304 junto ao ponto de contato com o 316.
– Ataque por pites (pequenas cavidades) e possível corrosão em frestas (crevices) no 304, onde a película passiva é mais instável.
– O aço 316 praticamente se mantém protegido, enquanto o 304 “sacrifica-se” dissolvendo-se mais rapidamente.
– Corrosão galvânica localizada no aço 304 junto ao ponto de contato com o 316.
– Ataque por pites (pequenas cavidades) e possível corrosão em frestas (crevices) no 304, onde a película passiva é mais instável.
– O aço 316 praticamente se mantém protegido, enquanto o 304 “sacrifica-se” dissolvendo-se mais rapidamente.
Passo 5
Na prática, isso leva a:
– Formação de pequenos furos (pites) no lado 304, redução da vida útil e risco de contaminação de alimentos.
– Possível aumento de manutenção e necessidade de substituição precoce da peça.
– Para evitar, recomenda-se usar sempre o mesmo tipo de aço inox (preferencialmente 316 em ambientes com cloretos) ou isolar galvanicamente as partes diferentes.
– Formação de pequenos furos (pites) no lado 304, redução da vida útil e risco de contaminação de alimentos.
– Possível aumento de manutenção e necessidade de substituição precoce da peça.
– Para evitar, recomenda-se usar sempre o mesmo tipo de aço inox (preferencialmente 316 em ambientes com cloretos) ou isolar galvanicamente as partes diferentes.
Resposta
A mistura de 304 e 316, em contato num meio com cloretos, dará origem a corrosão galvânica de forma localizada no aço 304 (ânodo), com pites e corrosão em frestas, enquanto o 316 (cátodo) fica protegido.