Existem vários métodos para a determinação da umidade dos agregados. Se você está em laboratório e tem tempo para verificar a porcentagem de umidade da areia e utilizar esse número para realizar correções, existe um modo para fazer isso. Mas se estiver na obra, ou em campo, a metodologia certamente será diferente, pois você pode necessitar de um método mais rápido para essa determinação, a fim de obter o número e efetuar alterações, por exemplo, no traço de uma argamassa. Então, faça uma revisão desses métodos, esquematizando o procedimento em cada um (ou os equipamentos envolvidos, quando necessário). Insira as equações utilizadas em cada caso, e explicando cada um dos termos envolvidos. Finalmente, comente a respeito desses métodos, no que diz respeito à exatidão e precisão das medidas, comparando-os. Inclua no comentário se a diferença entre os vários métodos, no que diz respeito à exatidão e precisão, pode influir marcadamente na confecção de argamassas e concretos. Finalmente, com isso, esquematize quais métodos você utilizaria nas seguintes situações:
a) em laboratório, com tempo para determinar a porcentagem de umidade e prescrever as alterações de traço ou composição em uma argamassa;
b) na obra (ou em campo), tendo que decidir sobre a quantidade de água a ser adicionada na argamassa que vai ser confeccionada em grande quantidade e imediatamente utilizada;
c) na recepção de agregado miúdo que chega para você utilizar em argamassas e concretos, quando está gerenciando a recepção de grandes volumes de materiais em obras.

Passo 1

O enunciado pede uma revisão dos principais métodos de determinação da umidade dos agregados, esquematizando: procedimento, equipamentos, equações com explicação dos termos e comparação de exatidão e precisão. Em seguida, avaliar o impacto dessas diferenças na composição de argamassas e concretos e indicar o método mais adequado para três situações:
– (a) laboratório com tempo disponível;
– (b) obra ou campo, decisão rápida de água a acrescentar;
– (c) recepção de grandes volumes de agregado miúdo.

Passo 2

Método gravimétrico de estufa (padrão ABNT NBR 9779):
  1. Pesar amostra úmida e anotar m_{\text{úmido}}ú.
  2. Secar em estufa a 105\pm5^\circ\text{C} até massa constante e anotar m_{\text{seco}}.
  3. Calcular teor de umidade w em porcentagem:
w = \frac{m_{\text{úmido}} - m_{\text{seco}}}{m_{\text{seco}}} \times 100\%.ú
Aqui, m_{\text{úmido}}ú e m_{\text{seco}} são massas em gramas. A precisão típica é de \pm0,1\% e a exatidão é alta, mas o método exige horas (até 24 h).

Passo 3

Método por estufa de infravermelho (rápido):
  1. Pesar amostra úmida m_{\text{úmido}}ú.
  2. Colocar em estufa de infravermelho (onda curta) por alguns minutos até estabilização de massa e anotar m_{\text{seco,IR}}.
  3. Aplicar mesma equação:
w_{\text{IR}} = \frac{m_{\text{úmido}} - m_{\text{seco,IR}}}{m_{\text{seco,IR}}} \times 100\%.ú
O tempo de secagem cai para 10-30 min, mas a precisão é menor \pm0,3\% a \pm0,5\% e pode haver decomposição de argila fina, afetando o resultado.

Passo 4

Métodos eletrônicos portáteis (capacitivos, TDR ou medidor de umidade por micro-ondas):
– Princípio capacitivo/TDR: a constante dielétrica dos agregados varia com a água. O equipamento converte a leitura elétrica em teor de umidade via curva de calibração.
– Procedimento: inserir sonda na amostra ou espalhar sobre placa, escolher calibração para agregado miúdo e ler w_{\text{eletr}} direto no display.
– Não há equação manual, mas o fabricante indica algo como
w_{\text{eletr}} = a + b\cdot V_{\text{sensor}},
onde V_{\text{sensor}} é a tensão ou frequência medida e a,b são parâmetros de calibração personalizados.
A leitura leva segundos, mas a exatidão fica em torno de \pm1\% a \pm2\% e a precisão depende da calibração correta para o tipo de agregado.

Passo 5

Comparação de exatidão e precisão:
– Estufa convencional: exatidão alta <0,1\%, precisão \pm0,1\%, porém demorado.
– Infravermelho: exatidão moderada <0,5\%, precisão \pm0,3\%, tempo de minutos; risco de aquecer minerais.
– Eletrônico portátil: exatidão baixa 1\% a 2\%, precisão \pm1\%, leitura instantânea; sensível à calibração e à distribuição granulométrica.
Na dosagem de argamassas e concretos, um erro de 0,5 % a 1,0 % na umidade do agregado pode alterar a relação água/cimento em até 0,02, prejudicando resistência, trabalhabilidade e aderência.

Passo 6

Indicação de métodos por situação:
a) Laboratório com tempo disponível: usar o método gravimétrico em estufa convencional, por assegurar alto grau de exatidão e precisão.
b) Obra ou campo, decisão rápida de água: usar estufa de infravermelho ou medidor eletrônico portátil bem calibrado para o agregado em questão, priorizando a rapidez.
c) Recepção de grandes volumes de agregado miúdo: na verificação inicial, usar infravermelho ou medidor eletrônico para triagem; em amostragens representativas críticas, confirmar por estufa convencional.

Resposta

Método gravimétrico em estufa para laboratório; infravermelho ou portátil na obra; combinação de infravermelho/portátil para triagem na recepção, confirmando por estufa nas amostras críticas.

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