Se a velocidade limite dos sinais na Física clássica fôsse
, ao invés de infinita, seria a simultaneidade um conceito absoluto ou relativo, na Física clássica?
Passo 1
O enunciado pergunta: numa versão “clássica” da física em que o máximo de velocidade para transmissão de sinais fosse
em vez de infinita, a simultaneidade seria um conceito absoluto (igual para todos os observadores) ou relativo (dependente do referencial)? Vamos analisar a noção de tempo e sincronização de relógios na mecânica clássica.
Passo 2
Na mecânica clássica de Newton (ou seja, sob transformações de Galileu) existe um tempo universal, único para todos os observadores. Matematicamente, toda transformação de Galileu satisfaz
onde
é o tempo no referencial original e
no referencial em movimento. Isso quer dizer que, em princípio, dois eventos simultâneos (mesmo
) em um referencial são simultâneos em qualquer outro.
Passo 3
Se a velocidade de sinal fosse finita (
), ao sincronizar relógios distantes cada observador teria de compensar o atraso de propagação do sinal. Essa compensação é uma convenção operacional: escolhe-se um modelo (por ex. método de Einstein) para estimar o instante de emissão e recepção do sinal. Mas essa dificuldade prática não muda a premissa teórica de tempo único.
Passo 4
Como as transformações fundamentais entre referenciais seguem ainda a regra
, não há mistura entre espaço e tempo (ao contrário do que ocorre na Relatividade Restrita, com transformações de Lorentz). Logo, mesmo que a sincronização exija levar em conta o retardo
(com
a distância), o tempo subjacente continua absoluto.
Passo 5
Portanto, na Física clássica—mesmo impondo um limite
às velocidades de sinalização—a simultaneidade permanece um conceito absoluto: dois eventos com o mesmo
são simultâneos para todos os observadores.
Resposta
A simultaneidade continuaria absoluta na Física clássica, pois mantém-se
em todas as transformações de Galileu.