Na Grécia Antiga, alguns pensavam que o estado natural de um objeto fosse o repouso, de modo que os objetos buscariam o seu estado natural ficando em repouso quando soltos. Explique por que essa visão pode muito bem parecer plausível no mundo atual.
Passo 1
O enunciado diz que, na Grécia Antiga, alguns filósofos achavam que “o estado natural de um objeto era o repouso”, porque, quando soltos, os corpos sempre paravam. O conteúdo envolvido aqui é mecânica (leis de Newton e força de atrito). Para resolver, a gente vai precisar entender:
- o que a teoria moderna de Newton diz sobre movimento (inércia);
- como o atrito funciona no nosso dia a dia e faz os corpos pararem.
Passo 2
Antes de Newton, só tinham as observações: se você empurra um carrinho no chão, ele sempre diminui a velocidade e acaba parado. Então parecia óbvio que repouso é “natural”. Mas a teoria da inércia (primeira lei de Newton) diz o oposto: na ausência de forças, um objeto continua em movimento retilíneo e uniforme (velocidade constante), não para sozinho.
Passo 3
No mundo real, há sempre atrito. O atrito é uma força que age contra o movimento. Num corpo de massa
apoiado numa superfície, a força de atrito (deslizante) vale
onde:
-
-
Passo 4
Como essa força está sempre apontando contra o movimento, ela gera uma aceleração de desaceleração (segunda lei de Newton:
). Substituindo:
Repare que
Passo 5
Do ponto de vista de quem observa só o dia a dia, todo objeto solto desacelera e para: carrinho, bola, móvel de geladeira… Nunca vemos um corpo seguindo reto pra sempre, a não ser em situação muito especial (rolamento sem atrito, vácuo, etc.). Por isso, para eles parecia super razoável afirmar que o estado natural é repouso.
Resposta
No nosso mundo cheio de atrito, toda vez que um objeto se move ele encontra uma força que o freia, fazendo-o desacelerar até parar. Isso dá a impressão de que repouso é mesmo o “estado natural” de qualquer corpo, exatamente como pensavam os gregos antigos.