Julgue os seguintes itens, se verdadeiro (V) ou falso (F).
( ) A condutimetria direta é uma técnica bastante seletiva e pode ser usada para a dosagem de NaCl em quaisquer amostras que contenham o referido sal.
( ) A titulação condutométrica é uma técnica mais seletiva que a condutometria direta, pois faz uso de uma reação entre o titulante e o titulado e não com outras espécies que porventura estejam na solução.
( ) É imprescindível a calibração da célula de condutividade/condutivímetro para a realização de uma titulação condutométrica.

Passo 1

Beleza, vamos recapitular o que a questão pede. Temos três afirmações sobre métodos condutométricos e precisamos dizer quais são verdadeiras (V) ou falsas (F). O tema é “condutimetria direta” versus “titulação condutométrica” e também sobre a “calibração da célula de condutividade”. Para resolver, vamos usar noções de:
  • O que é condutividade elétrica e como ela depende de íons na solução.
  • Como a condutimetria direta mede simplesmente essa condutividade total, sem reação química.
  • Como a titulação condutométrica adiciona seletividade por meio de uma reação titulante–titulado.
  • Por que geralmente calibramos a célula de condutividade antes de fazer medidas quantitativas.

Passo 2

( ) “A condutimetria direta é uma técnica bastante seletiva e pode ser usada para a dosagem de NaCl em quaisquer amostras que contenham o referido sal.”
Teoria rápida: condutimetria direta mede a condutividade total κ da amostra, que é a soma das condutividades de todos os íons presentes:
kappa = sumi lambdai,ci
onde λᵢ é a mobilidade iônica e cᵢ a concentração. Se tiver outros sais (KCl, CaCl₂ etc.), eles também contribuem e atrapalham a medida de NaCl.
Logo, NÃO é seletiva – dá sinal de TUDO que conduz corrente.
Portanto essa afirmação é FALSA (F).

Passo 3

( ) “A titulação condutométrica é uma técnica mais seletiva que a condutometria direta, pois faz uso de uma reação entre o titulante e o titulado e não com outras espécies que porventura estejam na solução.”
Na titulação condutométrica, a gente adiciona um titulante (por exemplo, AgNO₃) que reage especificamente com o íon alvo (por exemplo, Cl⁻) formando um precipitado (AgCl). Até o ponto de equivalência, a condutividade varia de um jeito; depois, varia de outro jeito. As outras espécies sem reação não alteram de forma parecida e não confundem o ponto final.
Isso dá bem mais seletividade: você só detecta o Cl⁻ que reagiu.
Então essa afirmação é VERDADEIRA (V).

Passo 4

( ) “É imprescindível a calibração da célula de condutividade/condutivímetro para a realização de uma titulação condutométrica.”
Calibrar a célula significa determinar a constante de célula K usando uma solução padrão (por ex. KCl 0,01 mol·L⁻¹), onde você mede a condutância G e obtém
K = kappapadrão / G ã
Com isso, você transforma o sinal do aparelho (em Siemens) em condutividade real (S·cm⁻¹). Se você quisesse apenas ver a curva bruta de condutância versus volume e achar o ponto de virada, poderia até não calibrar perfeitamente. Mas, para quantificar certinho a concentração no final, é padrão – e na prática imprescindível – calibrar a célula antes da titulação.
Logo, consideramos essa afirmação VERDADEIRA (V).

Resposta

(F) – (V) – (V)

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