O movimento de precessão do eixo da Terra, conhecido como precessão dos equinócios, é causado pelo torque gerado pela atração gravitacional do Sol, que é possível devido ao
A) eixo de rotação da Terra perpendicular à elíptica do Sol, apresentando, como consequências principais, o atraso dos equinócios e a mudança de posição das estrelas próximas aos polos.
B) eixo de rotação da Terra perpendicular à elíptica do Sol, apresentando, como consequências principais, a antecipação dos equinócios e a mudança de posição no céu noturno na Linha do Equador.
C) formato de elipsoide da Terra, apresentando, como consequências principais, o atraso dos equinócios e a mudança de posição das estrelas no céu noturno na Linha do Equador.
D) formato de elipsoide da Terra, apresentando, como consequências principais, a antecipação dos equinócios e a mudança de posição das estrelas próximas aos polos.

Passo 1

O enunciado trata da precessão dos equinócios, um movimento de giro lento do eixo de rotação da Terra em torno de uma posição média, com período de aproximadamente \,26000 anos. Esse fenômeno entra no conteúdo de mecânica celeste e refere-se ao torque exercido pelas atrações gravitacionais do Sol (e da Lua) sobre o “bojo” equatorial da Terra. Para resolver, precisamos identificar por que esse torque existe e quais efeitos observáveis ele produz.

Passo 2

Se a Terra fosse uma esfera perfeita, a força gravitacional externa não geraria nenhum torque para modificar a orientação do eixo. Contudo, a Terra tem formato de esferoide oblato (ou elipsoide de revolução), com um “bojo” ao redor do equador. Esse bojo faz com que a força do Sol não atue exatamente ao longo da linha que une os polos, produzindo um braço de alavanca e, portanto, um torque sobre o eixo de rotação.

Passo 3

Esse torque faz o eixo de rotação “deslizar” lentamente ao redor da normal ao plano da eclíptica, num movimento semelhante ao de um pião que vai mudando o rumo da sua linha de apoio. Em termos astronômicos, o ponto vernal (o equinócio da primavera no hemisfério norte) desloca-se para o oeste ao longo da eclíptica, o que na prática atrasa o instante em que o Sol atinge esse ponto ano a ano.

Passo 4

Como o equinócio de referência (ponto zero de ascensão reta) “retrocede” na eclíptica, todo o sistema de coordenadas célestes (ascensão reta e declinação) sofre um deslocamento, e isso muda as coordenadas aparentes das estrelas no céu. Esse deslocamento é mais facilmente percebido na interseção do plano celestial com o equador celeste, pois ali se define o ponto zero de referência que está sendo movido.

Passo 5

Analisando as alternativas:
– A e B falham ao atribuir o torque a um eixo “perpendicular à eclíptica” (quando na verdade o eixo está inclinado e o torque só existe por causa do bojo equatorial).
– D inverte o efeito temporal, falando em “antecipação” dos equinócios (mas o correto é atraso, ou seja, regresso do ponto equinocial).
– C atribui corretamente o torque ao formato elipsoidal da Terra e menciona atraso dos equinócios, além de observar mudança na posição das estrelas via deslocamento do equador celeste, o que se encaixa no descrito.

Resposta

C) formato de elipsoide da Terra, apresentando, como consequências principais, o atraso dos equinócios e a mudança de posição das estrelas no céu noturno na Linha do Equador.

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