Quais as principais características dos grupos
e
(AASHTO) e SC e GC (SUCS)? Em se tratando de solo laterítico, e estando estes solos próximos ao local de execução da obra, que procedimentos seria interessante adotar?
Passo 1
O enunciado pede para identificar, do ponto de vista de classificação de solos, as características principais dos grupos
e
na norma AASHTO e dos grupos
e
na norma SUCS, e em seguida, considerar um solo laterítico próximo à obra e indicar quais procedimentos de aproveitamento ou correção seriam recomendados.
Passo 2
Para entender
e
na AASHTO, definimos
como o percentual que passa na peneira de
mm (sistema métrico). AASHTO subdivide o grupo A-
(granulares com finos) assim:
- Se , o solo cai em A-
-
ou A-
-
(poucos finos).
- Se , o solo cai em A-
-
ou A-
-
(teor de finos elevado).
Dentro de , distinguimos pela plasticidade (
, índice de plasticidade):
- Se
- Se
Dentro de
Características típicas:
-
é um silto-arenoso com baixo-moderado teor de argila, plasticidade reduzida, variação de volume moderada e resistência relativamente boa sob tráfego. -
é mais argiloso, com plasticidade mais alta, maior retenção de água, susceptível a expansão/retração e menor CBR.
Passo 3
No Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS ou USCS), o símbolo é formado pela letra do tamanho predominante (G para cascalho, S para areia) seguida de C (clay) ou M (silt). Os grupos com fina argilosa são:
Critérios principais:
- Mais de
% em massa retido na peneira de mm (grosseiro). - Entre
% e cerca de % passa em mm. - Limites de Atterberg caem na região “C” do gráfico de plasticidade (CL/CI), indicando presença relevante de argila.
Passo 4
Solo laterítico residual, típico de clima tropical, apresenta:
- Rica composição em óxidos de ferro e alumínio (cor avermelhada).
- Granulometria que varia de cascalho a silte-argila, dependendo do grau de intemperismo.
- Geralmente baixa plasticidade (kaolinas dominam), mas pode ter cascalho residual (classifica-se como GC ou até A-
- se silto-arenoso). - Boa drenagem e compacidade, mas resistência e coesão dependem do teor de finos e do grau de compactação.
Passo 5
Para aproveitar o solo laterítico local ou corrigir suas deficiências, recomenda-se:
. Amostragem sistemática e ensaios completos em laboratório (granulometria, limites de Atterberg, Proctor e CBR) para confirmar a classificação e as propriedades mecânicas.
. Controle de umidade e compactação em campo segundo Proctor padrão ou modificado, visando atingir densidade e resistência mínimas.
. Se o solo apresentar
elevado ou CBR baixo (sobretudo em “A-
-
” ou “GC”), adotar estabilização química com cal ou cimento para reduzir plasticidade e aumentar rigidez.
. Projetar drenagem superficial e sub-superficial, evitando acúmulo de água que prejudica solos argilosos e lateríticos.
. Em trechos críticos, usar geotêxteis como separação e reforço, reduzindo mistura com solos subjacentes.
Resposta
As principais características são:
(a) AASHTO
: solos granulares com
de finos e
, baixa plasticidade, boa resistência como subleito.
: solos granulares com
de finos e
, maior plasticidade, suscetíveis a variações de volume e menor CBR.
(a) AASHTO
(b) SUCS
: areia com argila (sandy clay), granulometria dominada por areia e limites na região “C” do diagrama de plasticidade.
: cascalho com argila (clayey gravel), granulometria dominada por cascalho e limites na região “C”.
No caso de solo laterítico local, recomenda-se:
. Ensaios de caracterização (granulometria, Atterberg, Proctor, CBR).
. Controle rigoroso de umidade e compactação em campo.
. Estabilização química (cal ou cimento) se
for alto ou resistência insuficiente.
. Projeto adequado de drenagem e, onde necessário, uso de geotêxteis para reforço e separação.