O que você entende por laterização? O que você acha do uso de classificações como a USCS e AASHTO para solos de comportamento tipicamente laterítico?. Um determinado solo foi classificado como SW (USCS) e A3 (AASHTO). Você usaria este solo como base de um pavimento rodoviário?. Um outro solo, de comportamento laterítico, foi classificado pela AASHTO como A6. A distância de transporte de todas as outras áreas de empréstimo é tal que oneraria em muito a construção de seu aterro rodoviário. Que providência poderiam ser tomadas no sentido de viabilizar o uso deste solo.

Passo 1

O enunciado quer (a) entender o que é laterização, (b) discutir a adequação das classificações USCS e AASHTO para solos tipicamente lateríticos, (c) avaliar se um solo SW (USCS) e A3 (AASHTO) serve como base de pavimento, e (d) propor soluções para usar um solo laterítico classificado A6 (AASHTO) quando o transporte de material extra encarece a obra. O conteúdo envolve geotecnia de solos tropicais, classificação de solos e tecnologia de pavimentos.

Passo 2

Laterização é o processo químico-geológico típico de regiões tropicais, em que a intensa meteorização remove sílica e bases solúveis, concentrando óxidos de ferro e alumínio no perfil do solo. O resultado é um solo com altos teores de sesquióxidos, baixa coesão natural e tendência a variações volumétricas conforme o teor de umidade.

Passo 3

As normas USCS e AASHTO classificam solos segundo granulometria e plasticidade, sem capturar a natureza cimentada ou a composição química dos lateritos. Em solos lateríticos pode haver microporosidade e cimentação por hematita que não aparecem em curvas granulométricas ou índices de plasticidade. Por isso, sempre se complementa a classificação com ensaios de resistência (CBR), durabilidade (ensaio de solubilização) e condicionantes geotécnicas (compactação otimizada).

Passo 4

Um solo SW (bem graduado, drenante) e A3 (plasticidade praticamente nula) costuma apresentar boa capacidade de suporte e drenagem, características desejáveis em uma camada de base. Em geral esse solo pode ser usado como base de pavimento, desde que seus ensaios CBR superem o mínimo requerido (por exemplo, CBR>80%) e o controle de compactação atinja a densidade ótima.

Passo 5

Para um solo laterítico A6 (alta plasticidade, suscetível a variações de umidade) cujo transporte de aporte oneraria a obra, podemos adotar estabilização in situ. Exemplos de providências:
bul<=t Injeção ou mistura com cal ou cimento para reduzir plasticidade e aumentar resistência;
bul<=t Dosagem de materiais lateríticos com agregados mais granulados (enriquecimento com brita ou areia grossa local);
bul<=t Compactação mecânica otimizada e maturação do solo estabilizado antes de pavimentar;
bul<=t Uso de aditivos geossintéticos (geogrelhas ou geotêxteis) para reforço de subleito e base.

Resposta

(a) Laterização é o processo de intensa meteorização química em clima tropical, que remove sílica e concentra óxidos de ferro e alumínio, produzindo solos oxi-lateríticos.
(b) USCS e AASHTO capturam granulometria e plasticidade, mas não refletem cimentação ou composição química dos lateritos, devendo ser complementadas por ensaios de CBR, durabilidade e compactação.
(c) Sim: um solo SW/ A3 bem graduado e de baixa plasticidade é adequado como base de pavimento, desde que apresente CBR e compactação dentro das exigências.
(d) Para viabilizar uso de solo A6 com transporte caro, recomenda-se estabilização química (cal ou cimento), adição de granulares locais, compactação otimizada e reforço com geossintéticos.

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