Como a radioatividade pode ser usada no tratamento do câncer?
Passo 1
O enunciado pergunta como podemos aproveitar a radioatividade para tratar o câncer. O conteúdo envolve radiobiologia (efeitos da radiação em células) e técnicas de radioterapia (externa, braquiterapia e radioterapia sistêmica). Para resolver, vamos ver primeiro como a radiação interage com o DNA do tumor e, em seguida, resumir as principais modalidades clínicas.
Passo 2
A base da radioterapia é o fato de que radiação ionizante produz quebras no DNA das células. Quando um fóton ou partícula de alta energia atravessa o tecido, ele ioniza átomos, gerando radicais livres que atacam as fitas de DNA. Células tumorais, por dividirem-se rapidamente, acumulam danos que não conseguem reparar a tempo e acabam morrendo, enquanto células normais cicatrizam melhor.
Passo 3
Na radioterapia externa, usa-se um equipamento (acelerador linear) que produz feixes de fótons ou elétrons de alta energia. A dose é planejada em um computador, com tomografia e ressonância do paciente, para concentrar o feixe sobre o tumor e poupar tecidos saudáveis.
- Fracionamento: em vez de dar toda a dose de uma vez, divide-se em várias sessões para aumentar a morte celular tumoral e reduzir efeitos colaterais.
Passo 4
Na braquiterapia, colocam-se pequenas fontes radioativas (sementes ou cápsulas) diretamente no interior ou na proximidade do tumor. Isso garante alta dose no tecido maligno com mínima dispersão para fora. É muito usada em câncer de próstata, colo de útero e cabeça e pescoço.
Passo 5
A radioterapia sistêmica (ou terapia com radiopharmaceuticals) consiste em administrar via veia moléculas que se fixam preferencialmente em certos tumores e carregam um radioisótopo emissor de partículas β ou α. Exemplos: iodo-131 para câncer de tireoide e radium-223 para metástases ósseas.
Passo 6
O sucesso do tratamento depende de escolher o isótopo certo (meia-vida compatível), calcular a dose absorvida no tumor versus órgãos de risco e planejar o melhor intervalo entre aplicações. Os principais desafios são controlar toxicidades tardias (pele, glândulas salivares, medula óssea) e manter qualidade de vida.
Resposta
Radioatividade trata câncer causando danos irreversíveis ao DNA das células tumorais. Clinicamente, aplica-se por:
(a) radioterapia externa com aceleradores lineares, usando feixes de fótons/elétrons;
(b) braquiterapia, implantando fontes radioativas junto ao tumor;
(c) radioterapia sistêmica, empregando radiopharmaceuticals que se ligam seletivamente ao tecido canceroso.
(a) radioterapia externa com aceleradores lineares, usando feixes de fótons/elétrons;
(b) braquiterapia, implantando fontes radioativas junto ao tumor;
(c) radioterapia sistêmica, empregando radiopharmaceuticals que se ligam seletivamente ao tecido canceroso.