Cite os procedimentos para escolha do evento hidrológico de projeto(cheia de projeto)para o dimensionamento de um Dique Marginal implantado em uma Bacia Urbana-Residencial \left(A=50 \mathrm{KM}^{2}\right) e em uma Bacia Rural Urbana( A=900 \mathrm{KM}^{2} ).

Passo 1

O enunciado pede que a gente defina a “cheia de projeto” para dimensionar um dique marginal em duas bacias de áreas diferentes: uma urbana-residencial com A = 50\\ \mathrm{km}^2 e outra rural-urbana com A = 900\\ \mathrm{km}^2. O conteúdo envolve métodos de frequência de cheias e de transformação chuva-escoamento para determinar a vazão de pico de projeto.

Passo 2

Reunir e tratar os dados hidrológicos e pluviométricos disponíveis. Isso inclui séries históricas de vazão máxima anual (no mínimo 20–30 anos) e pluviogramas intensos. Fazer controle de qualidade, preencher valores faltantes e verificar homogeneidade da série.

Passo 3

Escolher o método de estimação conforme a área de drenagem. Para bacias pequenas (tipicamente A \lesssim 200\\ \mathrm{km}^2), é mais comum usar um modelo pluviométrico-escoamento (por exemplo, SCS-CN ou Método Racional + curvas IDF). Para bacias grandes A\gtrsim200\\ \mathrm{km}^2, prefere-se análise de frequência de vazões máximas anuais (ajuste a Gumbel, Log-Pearson III etc.).

Passo 4

Definir o período de retorno T adequado ao risco aceitável. Em drenagem urbana‐residencial costuma-se adotar T = 50 anos; em bacia rural-urbana, onde há menos restrição de ocupação, pode usar T = 100 anos. Essa escolha depende de diretrizes locais e do grau de proteção desejado.

Passo 5

Calcular a vazão de pico de projeto Q_p:
  • Para A = 50\\ \mathrm{km}^2: selecionar, a partir de curvas IDF, a chuva de projeto com duração igual ao tempo de concentração da bacia; transformar essa chuva em escoamento usando SCS-CN ou Método Racional, obtendo Q_p.
  • Para A = 900\\ \mathrm{km}^2: ajustar à série de máximos anuais a distribuição escolhida (p.ex. Gumbel) e estimar Q(T) para o retorno T.

Passo 6

Gerar o hidrograma de projeto (forma temporal da descarga). Em bacias pequenas aplica-se hidrograma unitário (SCS-UH) ou método triangular de Snyder; em bacias maiores pode usar hidrograma sintético calibrado ou função mono/hidrograma do modelo de chuva-escoamento adotado.

Passo 7

Acrescentar elemento de segurança: prever dársenas de armazenamento, calha livre (surcharges) e possíveis acréscimos por mudanças climáticas. Ajustar a vazão de projeto final \tilde Q_p considerando reserva para ondas, margens e casos extremos.

Passo 8

Validar resultados e consolidar a “cheia de projeto” como base do dimensionamento do dique marginal: altura, seção de coronamento e fundação serão definidos a partir do hidrograma de projeto final \tilde Q_p.

Resposta

Procedimento para A=50\\ \mathrm{km}^2 (bacia urbana-residencial):
– Coleta e tratamento de pluviogramas e séries de vazão
– Uso de curvas IDF para chuva de projeto com duração = tempo de concentração
– Transformação chuva-escoamento (método SCS-CN ou racional) → Q_p
– Hidrograma unitário (SCS-UH ou Snyder) → hidrograma de projeto
– Adição de margem de segurança → vazão ajustada \tilde Q_p
Procedimento para A=900\\ \mathrm{km}^2 (bacia rural-urbana):
– Coleta e tratamento de séries de máximos anuais de vazão
– Ajuste de distribuição de frequência (Gumbel, Log-Pearson III) e escolha de T ( 100 anos)
– Estimativa de Q(T) Q_p
– Geração de hidrograma por modelo pluviométrico-escoamento calibrado
– Inclusão de calha livre e margens → vazão ajustada \tilde Q_p

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