Como diferenciar um solo residual de um solo transportado?

Passo 1

O enunciado pede que a gente diferencie solo residual de solo transportado. O conteúdo aqui é gênese e morfologia de solos, mais especificamente como os processos de intemperismo e de transporte moldam as características físicas e químicas. Para resolver isso, vamos precisar conhecer as definições de cada tipo de solo, suas marcas no perfil (horizontes, continuidade, texto granulométrica, cores, estrutura) e os métodos de campo ou laboratório usados para identificá-los.

Passo 2

Solo residual é aquele que se forma “in situ”, ou seja, resultado direto do intemperismo do material rochoso subjacente sem que haja deslocamento significativo. O intemperismo ataca a rocha-mãe e gera um manto de alterite que evolui para solo, mantendo correspondência lateral e vertical com a litologia original.
As principais características de solo residual são:
1. Continuidade entre rocha-mãe e solo, sem camadas bem definidas de sedimentos revestindo a base.
2. Perfil vertical de horizontes bem definidos (A, B, C) que refletem as reações químicas e lavagem de sais.
3. Textura e mineralogia próximas às da rocha-mãe, com pouca variação granulométrica lateral.
4. Espessura variável acompanhando relevos suaves, mas sem estratificação típica de transporte.

Passo 3

Solo transportado é o material pedregoso ou sedimentar levado por agentes externos (água, vento, gravidade ou gelo) e depositado em outro lugar. Nesse caso, o solo não cresce diretamente sobre a rocha-mãe abaixo, mas sobre sedimentos alóctones.
As principais características de solo transportado são:
1. Camadas (estratificação) visíveis no perfil, cada uma associada a condições de deposição distintas.
2. Granulometria e componagem mineralógica que não correspondem à rocha imediatamente abaixo.
3. Presença de clastos ou sedimentos arredondados (no caso de transporte fluvial) ou de partículas finas selecionadas (no transporte eólico).
4. Descontinuidade clara entre o solo e a lâmina de rocha-mãe, podendo haver um horizonte C pouco alterado.

Passo 4

Para diferenciar na prática:
1. Faça uma trincheira ou sondagem e observe se há transição gradual solo \torocha-mãe (residual) ou contato nítido entre solo e sedimento (transportado).
2. Analise a granulometria em laboratório: solo residual tende a ter frações grosseiras derivadas diretamente da rocha; solo transportado pode mostrar sorting (granulometria bem selecionada).
3. Compare a composição mineralógica do solo com a da rocha-mãe. Se for muito parecida, é residual; se divergir, é transportado.
4. Verifique a estratificação: presença de níveis distintos de cor/textura indica transporte e deposição posterior.

Resposta

Solo residual: formado in situ, perfil contínuo com a rocha-mãe, mineralogia e granulometria parecidas à rocha original, horizontes bem desenvolvidos sem estratificação deposicional.
Solo transportado: depositado por agentes externos, apresenta estratificação em camadas, granulometria e mineralogia que não correspondem à rocha-mãe subjacente, contato nítido solo/sedimento.

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