Durante a extração do óleo essencial de folhas por hidrodestilação, na segunda aula prática, utilizou-se éter etílico para separar o óleo da água no funil de separação. Seria viável substituir o éter etílico por hexano nessa etapa? Por quê? (1.0)
Passo 1
O enunciado nos pede para avaliar se, na etapa de extração líquido-líquido do óleo essencial obtido por hidrodestilação, podemos usar hexano no lugar de éter etílico. Para isso, precisamos lembrar os critérios de seleção de solvente: imiscibilidade com água, densidade relativa, polaridade e aspectos de segurança (toxicidade, ponto de ebulição, inflamabilidade).
Passo 2
Hexano e éter etílico são ambos imiscíveis com água, o que permite formar duas camadas no funil de separação. As densidades são
ambas menores que
. Logo, em qualquer dos casos o solvente orgânico ficará como camada superior, facilitando a separação.
Passo 3
A polaridade de hexano é ainda menor que a do éter etílico. Isso significa que hexano extrai preferencialmente compostos muito apolares, enquanto o éter, sendo ligeiramente mais polar, pode arrancar também moléculas de polaridade moderada presentes no óleo essencial (álcoois, ésteres mais polares etc.). Usar hexano tende a reduzir o rendimento global de componentes levemente polares.
Passo 4
Em termos práticos, hexano e éter têm pontos de ebulição próximos (
,
), mas o éter forma peróxidos explosivos ao longo do tempo e exige inibidores, enquanto hexano é neurotóxico e mais cancerígeno. Ambos são inflamáveis, exigindo capela e cuidados.
Passo 5
Portanto, embora seja viável usar hexano do ponto de vista de imiscibilidade e densidade, ele altera a seletividade da extração (menor extração de frações polares) e traz riscos toxicológicos diferentes. A escolha depende do perfil de componentes desejados e das normas de segurança do laboratório.
Resposta
Sim, pois o hexano é imiscível com a água e forma camada separável no funil, mas ele é ainda mais apolar que o éter, o que reduz a extração de componentes polares do óleo essencial, e apresenta toxicidade distinta, devendo-se considerar rendimento e segurança antes de optar pela troca.