A elasticidade-renda da demanda de alguns produtos aumenta ou diminui à medida que a renda aumenta? Apresente exemplos, e razões para sua resposta.

Passo 1

Beleza, o enunciado pergunta se a elasticidade-renda da demanda de certos produtos muda (aumenta ou diminui) quando a renda do consumidor cresce. Isso é microeconomia, mais precisamente o estudo de elasticidades e curvas de Engel. Para resolver a questão, vamos precisar:
  1. Definir elasticidade-renda da demanda;
  2. Falar de bens normais (necessidades × luxos) e bens inferiores;
  3. Mostrar como a forma da curva de Engel faz a elasticidade variar;
  4. Dar exemplos práticos.

Passo 2

Primeiro, o que é elasticidade-renda da demanda? É a sensibilidade da quantidade demandada Q a uma variação na renda Y do consumidor. Matematicamente, em notação LaTeX:
etaY ;=;De
Se , o bem é normal; se , é inferior. Dentro dos bens normais, se chamamos de “necessidade” e se de “luxo.”

Passo 3

Agora, imagine o gráfico de Engel (Q no eixo vertical, Y no horizontal).
  • Para bens-necessidade (ex.: arroz, leite), a curva de Engel é côncava para fora: no começo (rendas baixas) um aumento de renda faz aumentar bastante Q, mas depois vai se achatando. Isso significa que cai conforme Y cresce, e logo diminui.
  • Para bens-luxo (ex.: joias, férias exóticas), a curva pode ser convexa num primeiro trecho: só depois de uma certa renda o consumidor começa a gastar “muito” nesses itens. Aí cresce e aumenta.

Passo 4

Vamos aos exemplos práticos:
  1. Arroz (bem-necessidade): quem tem renda baixa compra pouco, mas qualquer incremento ajuda a comprar mais arroz. Logo, no início 2.000,00/mês comprar ouro não faz muita diferença; mas se a renda chega a R é relativamente alto, mas conforme o consumidor já gasta o suficiente em arroz, cada real extra vai para carne, lácteos etc. A quantidade de arroz cresce menos proporcionalmente, fazendo cair.
  2. Joias de luxo (bem-luxo): para quem ganha R$2.000,00/mês comprar ouro não faz muita diferença; mas se a renda chega a R$20.000,00, aí sim a demanda por joias dispara. Nesse intervalo de renda intermediária, aumenta e cresce. Depois, num patamar altíssimo, até esse mercado pode saturar, e volta a cair.
  3. Macarrão instantâneo (bem-inferior): quanto maior a renda, menos a pessoa compra. Aqui e em geral, conforme o consumidor fica mais rico, a queda na demanda vai se atenuando (não vai a zero farinha de trigo!), então tende a se aproximar de zero, mas sempre negativa.

Passo 5

Por que isso acontece? É a tal da utilidade marginal decrescente e os padrões de consumo:
  • Bens-necessidade acabam saturando (cada vez menos proporcional a mais renda).
  • Bens-luxo exigem um certo conforto financeiro para realmente explodirem em demanda, então há um ponto em que a elasticidade sobe.
  • Bens-inferior são trocados por substitutos melhores conforme a renda cresce, mas chega um limite onde a demanda negativa “estabiliza.”

Resposta

Existem bens cuja elasticidade-renda diminui à medida que a renda aumenta (normais-necessidade, ex.: arroz), bens cuja elasticidade cresce em certos patamares de rendimento (normais-luxo, ex.: joias) e bens cuja elasticidade é sempre negativa mas tende a zero (inferiores, ex.: macarrão instantâneo).

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