Embora a maioria dos compostos de coordenação de metais de transição sejam fortementecoloridos, alguns não o são. Para cada um dos casos a seguir, explique a falta de cor intensa:
é incolor (ao contrário do
que é azul intenso);
Passo 1
Beleza, então o enunciado diz: embora a maior parte dos complexos de metais de transição seja bem colorida, tem uns que não têm cor intensa. No nosso caso, o íon
é incolor, enquanto o
é azulão. O que a matéria exige? É química inorgânica, mais precisamente Teoria do Campo Cristalino e configuração eletrônica de metais de transição, pra entender de onde vem (ou deixa de vir) a cor.
Passo 2
Primeiro, lembra que a cor num complexo de metal de transição vem de transições eletrônicas entre orbitais d divididos pelo campo cristalino (essas são as famosas transições d–d). Pra rolar transição d–d, você precisa de orbitais d não completamente cheios, porque um elétron tem que pular de um orbital pra outro.
Passo 3
Agora vamos às configurações eletrônicas:
- No
, o cobre é Cu²⁺, ou seja, tem configuração .
• Como só 9 elétrons preenchem os 5 orbitais d, sobra espaço pra um elétron pular de um orbital d de menor energia para outro de maior energia. Isso absorve luz visível (geralmente o instante azul) e é por isso que vemos cor. - No
, o cobre é Cu⁺, com configuração .
• Aqui todos os 5 orbitais d estão totalmente preenchidos. Não tem como um elétron d saltar pra outro orbital d, porque não existe nível vago dentro da mesma família d.
Passo 4
Resumo do teoricão:
- Cor em complexos vem de absorção de luz por transições d–d.
- Se não há orbitais d parcialmente vazios, não tem transição d–d no visível.
- No Cu⁺ (d¹⁰) não rola d–d, então não absorve luz visível — fica incolor.
Resposta
O complexo
é incolor porque o íon Cu⁺ é d¹⁰, não havendo orbitais d desocupados para permitir transições d–d que absorvam luz visível.