No exercício anterior, há exceções à regra do octeto? Explique o motivo.
Passo 1
O que a pergunta pede: ela quer saber se, no contexto do “exercício anterior”, existem exceções à regra do octeto e quer que você entenda o motivo dessas exceções.
Informações relevantes (o que temos como ponto de partida): o enunciado se refere à “regra do octeto” (ideia de que átomos tendem a ter elétrons na camada de valência quando fazem ligações). Não há outros dados específicos do exercício anterior aqui, então vou responder de forma geral e didática sobre as exceções à regra do octeto, com motivos e exemplos práticos.
Informações relevantes (o que temos como ponto de partida): o enunciado se refere à “regra do octeto” (ideia de que átomos tendem a ter
Passo 2
Primeiro, o que é a regra do octeto (explicação curta e clara):
A regra do octeto diz que muitos átomos (especialmente os da segunda fila, como ) tendem a formar ligações de modo a ter
elétrons na sua camada de valência, porque isso imita a configuração eletrônica estável dos gases nobres. É uma boa regra prática, mas não é uma lei universal — e é por isso que existem exceções.
A regra do octeto diz que muitos átomos (especialmente os da segunda fila, como
Passo 3
Resposta direta antes de detalhar: Sim — existem exceções importantes à regra do octeto. Elas caem basicamente em três categorias:
- espécies com número ímpar de elétrons (radicais),
- moléculas com octeto incompleto (átomos que ficam com menos de
elétrons), - moléculas com octeto expandido (átomos que têm mais de
elétrons).
Nos passos seguintes eu explico cada uma, com exemplos e o porquê físico/energético.
Passo 4
Exceção 1 — espécies com número ímpar de elétrons (radicais): motivo e exemplo.
- Motivo: quando a soma dos elétrons de valência do conjunto é ímpar, não é possível dar
elétrons para todos os átomos ao desenhar uma estrutura de Lewis; um elétron ficará desemparelhado. Essas espécies são chamadas de radicais e costumam ser reativas. - Exemplo concreto:
. Contagem de elétrons de valência: , , total elétrons de valência (ímpar). Logo você não pode fazer todos os átomos com octeto completo — sobra um elétron não pareado no conjunto, e o resultado é uma molécula radical com comportamento químico particular. - Dica prática para prova: ao contar elétrons e ver um total ímpar, pense imediatamente em radical — não force octetos completos.
Passo 5
Exceção 2 — octeto incompleto (átomos com menos de
elétrons): motivo e exemplos.
- Motivo: certos átomos têm poucos elétrons de valência e formam poucas ligações por motivos de energia e tamanho; para eles, permanecer com menos de
pode ser mais estável do que tentar completar o octeto. Isso é típico de elementos pequenos e com baixa electronegatividade no grupo 2 e 13 (ex.: ). - Exemplos:
e . - Para
: tem elétrons de valência; ao ligar com duas Cl, o berílio fica rodeado por elétrons, não . A estrutura linear com Be tendo elétrons é estável sob condições normais. - Para
: contagem e cada → total elétrons. Mesmo assim, o boro frequentemente aparece com apenas elétrons ao redor (três ligações simples). O motivo é que formar ligações adicionais que colocariam cargas formais altas ou desalinhariam energias não compensa; o composto aceita reagir com bases (ex.: formar ) para completar o octeto quando necessário.
- Para
- Dica prática: se o átomo central é
ou (ou, às vezes, ), espere octeto incompleto e verifique possibilidade de adutos/complexação.
Passo 6
Exceção 3 — octeto expandido (mais de
elétrons): motivo e exemplos.
- Motivo clássico (antigo): átomos a partir do terceiro período (a partir do silício
) teriam orbitais disponíveis ( ) para acomodar elétrons extras, permitindo mais de elétrons. - Visão moderna e mais correta: o uso de orbitais
como explicação simples é insuficiente; o que importa são razões energéticas e de tamanho/eletronegatividade — átomos centrais maiores e menos eletronegativos (p.ex. no terceiro período ou elementos mais pesados) conseguem acomodar densidade eletrônica adicional com custo energético menor. Assim, ligações adicionais ou estruturas com mais pares de elétrons ao redor podem ser estáveis. - Exemplos claros:
(fósforo com elétrons em sua camada de valência), (enxofre com elétrons), , (xenônio forma compostos porque é grande e relativamente polarizável). - Dica prática: se o átomo central é do terceiro período ou além e é relativamente grande, considere a possibilidade de octeto expandido.
Passo 7
Outros pontos importantes e sutilezas (para não se confundir na prova):
- Compostos com cargas formais e ressonância: em algumas estruturas (ex.:
), a representação com ligações duplas ao enxofre faz parecer que o enxofre tem octeto expandido; contudo, uma descrição equivalente por ressonância distribui cargas e densidade eletrônica entre os oxigênios. A interpretação real combina estruturas de ressonância e descrição por orbital molecular — não precisa insistir que “S tem 12 elétrons” mecanicamente; trate com cuidado. - Segundo período (C, N, O, F) raramente expandem o octeto (falta de orbitais disponíveis); portanto, se o átomo é
ou , espere que a regra do octeto valha na maioria dos casos, exceto radicais. - Energia e estabilidade: sempre pense em custo energético — às vezes colocar mais elétrons em torno de um átomo é possível, mas energeticamente não compensa; por isso, algumas estruturas alternativas (íon complexado, ligações coordenadas, ressonância) aparecem.
Passo 8
Como aplicar isso rapidamente numa prova (check-list prático):
- Conte elétrons de valência totais.
- Se o total for ímpar → radical (ex.:
) → exceção. - Trace uma estrutura básica de Lewis assumindo ligações simples; conte elétrons ao redor do átomo central.
- Se o central ficar com menos de
e for ou → provavelmente octeto incompleto (ex.: , ). Pense em adutos. - Se o central está no 3º período ou além e aparece com
elétrons, considere octeto expandido (ex.: ). Verifique formal charges e estabilidade. - Se houver possibilidade de ressonância que reduza carga formal, escreva as formas de ressonância (ex.:
).
Esse procedimento te ajuda a concluir rápido e com segurança.
Passo 9
Exemplos resolvidos rapidinho (pra ficar na memória):
-
: total elétrons → radical → não dá octeto para ambos. -
: B termina com elétrons → octeto incompleto; reage formando se ganhar um par. -
: S no terceiro período consegue acomodar elétrons ao redor → octeto expandido — molécula estável e simétrica.
Passo 10
Resumo motivacional e dica final: sim, há exceções — e elas têm explicações baseadas em contagem de elétrons, tamanho do átomo central, energia das orbitais e distribuição eletrônica (ressonância/mecanismos de ligação). Para a prova: conte elétrons, identifique se o total é ímpar, veja o período do átomo central e calcule cargas formais. Isso resolve a maioria dos casos. Você consegue — conte com esse checklist para ganhar tempo na prova!
Resposta
Sim — existem exceções: (1) radicais (espécies com número ímpar de elétrons, ex.:
), (2) octeto incompleto (átomos pequenos como
que ficam com menos de
elétrons, ex.:
), e (3) octeto expandido (átomos do 3.º período em diante que acomodam mais de
elétrons por razões energéticas/tamanho, ex.:
).