Quando a granulometria e os dados de plasticidade do solo auxiliam na definição do seu comportamento?

Passo 1

O enunciado pergunta em que situações a granulometria (distribuição de tamanhos de grãos) e os dados de plasticidade (limites de Atterberg) de um solo são úteis para prever seu comportamento mecânico e hidráulico. Vamos usar conceitos de propriedades de solos e de classificação geotécnica para responder.

Passo 2

A granulometria se obtém pela análise de peneiras (para frações grossas) e por sedimentação ou difração (para finos). A partir dela calcula-se, por exemplo, D10 (diâmetro para 10% em peso) e D60 (para 60%). Com isso define-se:
bul<=t coeficiente de uniformidade
Cu = D60D10
bul<=t coeficiente de curvatura (ou coeficiente de coeficiência de forma)
Cc = D30^2D10,D60
Esses parâmetros indicam se o solo é bem graduado (bem distribuído) ou mal graduado (espectro estreito) e antecipam propriedades como permeabilidade, compacidade e resistência ao cisalhamento.

Passo 3

Os limites de Atterberg medem a transição de comportamento do solo fino (argila + silte) entre estados líquido, plástico e semissólido. Definem-se:
LL = limite líquido,
PL = limite plástico,
IP = índice de plasticidade = LL - PL
Quanto maior IP, maior a tendência à deformação plástica, menor a permeabilidade e maior a suscetibilidade a encharcamento e variações de volume (inchaço-retração).

Passo 4

Com granulometria e Atterberg é possível classificar o solo em sistemas como o SUCS (Sistema Unificado de Classificação de Solos) ou AASHTO. Cada classe tem comportamento típico:
bul<=t solos arenosos bem graduados (SW) apresentam boa drenagem e alta resistência.
bul<=t siltes e argilas de baixa plasticidade (ML, CL com IP pequeno) têm permeabilidade moderada e menor potencial de recalque.
bul<=t argilas de alta plasticidade (CH, MH com IP grande) mostram alta compressibilidade e baixa resistência não drenada.

Passo 5

Na prática de engenharia, granulometria e plasticidade auxiliam a:
1. Projetar drenos e prever velocidade de escoamento (permeabilidade).
2. Dimensionar obras de terraplenagem e compactação (curvas de compactação dependem da distribuição granulométrica e de conteúdo de água ótimo).
3. Calcular capacidade de carga de fundações superficiais e estacas (cohesão efetiva e atrito interno variam com granulação e plasticidade).
4. Analisar estabilidade de taludes e cortes (propensão a fraturas, rupturas e recalques depende das propriedades acima).

Resposta

A granulometria e os dados de plasticidade são essenciais sempre que se quer classificar um solo, prever sua permeabilidade, compressibilidade, resistência ao cisalhamento e comportamento volumétrico, servindo de base para projetos de fundações, cortes, taludes, drenagem e compactação.

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