Por que há decréscimo da CRA durante o desenvolvimento do rigor mortis?
Passo 1
Beleza, o enunciado diz: “Por que há decréscimo da CRA durante o desenvolvimento do rigor mortis?”
Conteúdo: Bioquímica muscular pós-morte (rigor mortis) e Capacidade de Retenção de Água (CRA).
O que vamos precisar: entender glicólise anaeróbia, queda de pH, ponto isoelétrico das proteínas e formação de pontes cruzadas (actina-miosina).
Conteúdo: Bioquímica muscular pós-morte (rigor mortis) e Capacidade de Retenção de Água (CRA).
O que vamos precisar: entender glicólise anaeróbia, queda de pH, ponto isoelétrico das proteínas e formação de pontes cruzadas (actina-miosina).
Passo 2
Antes de tudo, bora definir:
- CRA (Capacidade de Retenção de Água) é o quanto a proteína muscular consegue “segurar” água dentro do tecido.
- Rigor mortis é o endurecimento que o músculo sofre depois da morte por falta de ATP, formando pontes cruzadas permanentes entre actina e miosina.
Passo 3
Depois da morte, não há mais circulação de O₂, então o músculo faz glicólise anaeróbia até acabar o glicogênio. A reação simplificada é:
Esse acúmulo de
faz o pH do músculo cair de cerca de 7,2 para algo em torno de 5,5.
Passo 4
Quando o pH chega perto do ponto isoelétrico (
) das proteínas miofibrilares (aprox. 5,2–5,4), a carga líquida delas fica quase zero. Sem carga, não rola aquela atração para “segurar” a água entre as cadeias de proteína, porque a água gosta de ficar junto de cargas elétricas.
Passo 5
Além disso, sem ATP não dá pra “desprender” as cabeças de miosina da actina, então as fibras ficam contraídas e compactas. Essa contração comprime o sarcômero e espremem a água para fora, diminuindo ainda mais a CRA.
Resposta
A CRA diminui no rigor mortis porque a glicólise anaeróbia gera ácido láctico, o pH cai até o ponto isoelétrico das proteínas (reduzindo sua capacidade de atrair água) e, ao mesmo tempo, a falta de ATP mantém as pontes actina-miosina contraídas, espremendo a água para fora do tecido.