Os minerais podem ser classificados de duas formas, descreva-as e discorra sobre as diferenças dos tipos de minerais.

Passo 1

Beleza, o enunciado pede que a gente explique as duas maneiras principais de classificar os minerais e aponte as diferenças entre elas. O conteúdo aqui é Mineralogia, mais especificamente:
  • Classificação química (baseada na composição molecular)
  • Classificação estrutural ou cristalográfica (baseada no formato da célula unitária)
Para resolver, precisamos entender:
  1. Como os minerais são agrupados pelos íons e ligações que formam sua fórmula química.
  2. Como o empacotamento atômico — a célula unitária — define os sistemas cristalinos.
Daqui pra frente, bora destrinchar cada um desses pontos com calma, sem pular etapa nenhuma.

Passo 2

Classificação química
  1. A ideia central é agrupar minerais conforme o ânion ou grupo aniónico dominante na sua fórmula.
  2. Os principais grupos são:
    • Elementos nativos: minerais formados por um único elemento (ex.: ouro Au, prata Ag).
    • Óxidos e Hidróxidos: têm O²⁻ ou OH⁻ (ex.: hematita Fe₂O₃, goethita FeO·OH).
    • Sulfetos: S²⁻ (ex.: pirita FeS₂).
    • Haletos: Cl⁻, F⁻, Br⁻ (ex.: halita NaCl).
    • Carbonatos: CO₃²⁻ (ex.: calcita CaCO₃).
    • Sulfatos: SO₄²⁻ (ex.: gipsita CaSO₄·2H₂O).
    • Fosfatos: PO₄³⁻ (ex.: apatita Ca₅(PO₄)₃(OH,F,Cl)).
    • Silicatos: SiO₄⁴⁻ (o maior grupo, ex.: quartzo SiO₂, feldspatos).
Teoria aplicada: cada um desses ânions confere propriedades químicas e físicas (dureza, clivagem, brilho) bem características.

Passo 3

Classificação estrutural (sistemas cristalinos)
  1. Todo mineral cristalino tem uma célula unitária: o menor bloco repetitivo de átomos no espaço.
  2. A forma dessa célula — comprimentos das arestas (a, b, c) e ângulos (α, β, γ) — define 7 sistemas cristalinos:
    • Cúbico (a=b=c; α=β=γ=90°)
    • Tetragonal (a=b≠c; α=β=γ=90°)
    • Ortorrômbico (a≠b≠c; α=β=γ=90°)
    • Monoclínico (a≠b≠c; α=γ=90°, β≠90°)
    • Triclínico (a≠b≠c; α≠β≠γ≠90°)
    • Hexagonal (a=b≠c; α=β=90°, γ=120°)
    • Trigonal (semelhante ao hexagonal, mas com eixo único de rotação tríplice)
Teoria aplicada: a geometria reticular explica, por exemplo, por que quartzo cresce em prismas hexagonais e pirita em cubos perfeitos.

Passo 4

Diferenças entre as duas classificações
  • Foco da química vs. foco da forma
    • Química: agrupa quem tem ânions/grupos semelhantes e ligações parecidas.
    • Estrutural: agrupa quem “encaixa” num mesmo tipo de célula unitária.
  • Importância prática
    • Saber a classe química ajuda a prever reatividade, solubilidade e uso industrial (por exemplo, extração de metais).
    • Saber o sistema cristalino ajuda a identificar o mineral no campo/laboratório, pois dá pistas de hábito (forma de crescimento) e clivagem.

Resposta

Os minerais podem ser classificados de duas formas principais:
  1. Pela composição química (classes de elementos nativos, óxidos, sulfetos, haletos, carbonatos, sulfatos, fosfatos e silicatos), que agrupa minerais conforme o ânion ou grupo molecular dominante.
  2. Pela estrutura cristalina (os sete sistemas cristalinos: cúbico, tetragonal, ortorrômbico, monoclínico, triclínico, hexagonal e trigonal), que organiza os minerais de acordo com a forma da sua célula unitária.
A diferença-chave é que a classificação química foca na identidade e no comportamento químico dos minerais, enquanto a classificação estrutural se baseia na geometria do arranjo atômico, influenciando diretamente o hábito cristalino e propriedades físicas como clivagem e simetria.

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