Uma peça metálica foi deformada plasticamente apresentando, ao final do processo, as seguintes propriedades: elevada resistência mecânica, baixas ductilidade e tenacidade e redução da resistência à corrosão, além de tensões
internas devido ao processo. Você só tem esse material e precisa utilizá-lo em um local agressivo e que necessita de deformação e soldabilidade. Você utilizaria? Explique. Caso não, o que você faria para tornar possível o seu uso, tendo essa oportunidade? Explique.
internas devido ao processo. Você só tem esse material e precisa utilizá-lo em um local agressivo e que necessita de deformação e soldabilidade. Você utilizaria? Explique. Caso não, o que você faria para tornar possível o seu uso, tendo essa oportunidade? Explique.
Passo 1
O enunciado diz que temos uma peça metálica submetida a deformação plástica a frio, ou seja, encruada, e que agora exibe alta resistência mecânica, mas baixa ductilidade, baixa tenacidade, pior resistência à corrosão e tensões internas elevadas. O conteúdo envolvido é o efeito do trabalho a frio no metal (endurecimento por encruamento) e o uso de tratamentos térmicos de recozimento para restaurar ductilidade, aliviar tensões e melhorar propriedades como soldabilidade e resistência à corrosão.
Passo 2
Vamos avaliar se é seguro usar essa peça “no estado”:
- Ductilidade e tenacidade baixas implicam risco de trincas durante nova deformação ou soldagem.
- Tensões internas favorecem fissuração e empenamento quando aquecemos na soldagem.
- A superfície encruada costuma ter defeitos de rede cristalina que aceleram a corrosão.
Logo, não é recomendável usar a peça assim em ambiente agressivo que também exige soldabilidade e novas deformações.
Passo 3
Para tornar o uso possível, o caminho é aplicar um recozimento adequado que:
- Alivie tensões internas – reduz as distorções e o risco de fissuração durante solda ou conformação.
- Recristalize a microestrutura – elimina o encruamento, recuperando ductilidade e tenacidade.
- Melhore a resistência à corrosão – ao recristalizar, a superfície fica menos defeituosa e pode receber tratamentos superficiais (passivação, pintura, galvanização).
Em um aço comum, por exemplo, isso significa aquecer a peça a uma temperatura entre cerca de
e
(onde
é a temperatura de fusão em kelvin), manter por tempo suficiente para recristalização completa e depois resfriar lentamente (no forno ou em estufa), evitando tensões térmicas.
Passo 4
Depois do recozimento de recristalização você terá:
- Resistência mecânica um pouco menor, mas ainda adequada.
- Ductilidade e tenacidade restauradas, permitindo novas deformações e soldagem sem fissuras.
- Superfície mais homogênea, que aceitará melhor tratamentos anticorrosivos.
Só então você pode conformar ou soldar a peça e, por fim, aplicar o acabamento ou coating anticorrosivo necessário ao ambiente agressivo.
Resposta
Não usaria a peça diretamente, pois o encruamento traz baixa ductilidade, tenacidade, resistência à corrosão e altas tensões internas, o que inviabiliza deformação e soldagem. Para torná-la utilizável, faria um recozimento de recristalização (alívio de tensões e recuperação de ductilidade/tenacidade) seguido de tratamento superficial anticorrosivo.