As penas das aves podem apresentar algumas cores produzidas por interferência luminosa. Como você pode distinguir as cores naturais das cores produzidas por interferência nas penas?

Passo 1

O enunciado nos pede para diferenciar duas formas de cor em penas de aves: a “cor natural” produzida por pigmentos (como melanina, carotenoides) e a cor gerada por interferência luminosa (efeito estrutural em nanoestruturas). Para isso precisaremos entender como cada mecanismo atua e quais propriedades ópticas cada um exibe.

Passo 2

As cores por pigmentos surgem porque certas moléculas absorvem faixas específicas do espectro visível e refletem as demais. Essas cores são não-iridescentes, ou seja, têm aparência igual independentemente do ângulo de observação ou de incidência da luz. Além disso, pigmentos permanecem estáveis quando a pena é molhada, prensada ou imersa em óleos de índice de refração similar ao do queratinóide.

Passo 3

Já as cores por interferência resultam de estruturas ordenadas em escala nanométrica (camadas de queratina, bolhas de ar ou cristais de melanina) que produzem reforço ou cancelamento de certas ondas de luz. O resultado é uma cor iridescente, com brilho metálico, que muda de tom quando mudamos o ângulo de visão ou de iluminação. Essas cores vêm acompanhadas de forte polarização e bandas espectrais muito estreitas.

Passo 4

Para distinguir na prática
1. Observe a pena inclinando-a lentamente: se a cor variar em tom e intensidade (passar de azul a verde, por exemplo), é efeito de interferência; se ficar igual, é pigmento.
2. Use um polarizador: cores estruturais exibem alto grau de polarização, pigmentos quase não polarizam.
3. Molhe ou aplique óleo de índice próximo ao da queratina: a iridescência desaparece ou atenua muito (pois anula o contraste de índice de refração nas nanoestruturas), enquanto a cor por pigmento permanece quase inalterada.

Resposta

Você distingue as cores por interferência observando a iridescência (variação de tom com o ângulo de visão), a forte polarização do reflexo e a sensibilidade ao imergir em óleo (que anula a interferência). As cores por pigmento são invariantes a ângulo, pouco polarizadas e não mudam ao serem molhadas ou untadas.

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