Explique:
Dos compostos cianato de mercúrio(II),
, e fulminato de mercúrio(II),
, um é altamente explosivo, e o outro não.
Dos compostos cianato de mercúrio(II),
Passo 1
O enunciado nos pede para comparar dois isômeros de fórmula empírica igual, mas conectividade distinta: o cianato de mercúrio(II),
, e o fulminato de mercúrio(II),
. O objetivo é entender por que um deles é estável (não explosivo) e o outro é altamente explosivo. Para isso, vamos usar conceitos de isomeria estrutural, estabilidade por ressonância e energia de ligação.
Passo 2
Descrevemos primeiro as estruturas dos ânions:
– No cianato, o ânion é , com conectividade O–C
N. O oxigênio está ligado ao mercúrio via ligação Hg–O.
– No fulminato, o ânion é , com conectividade C–N
O. Aqui o carbono se liga ao mercúrio, formando Hg–C.
– No cianato, o ânion é
– No fulminato, o ânion é
Passo 3
Analisamos a estabilização por ressonância de cada ânion:
– possui boas estruturas de ressonância que colocam a carga negativa principalmente sobre o oxigênio (mais eletronegativo), o que reduz a energia do íon e torna o complexo mais estável.
– tem menos ressonâncias favoráveis: a carga negativa fica sobre carbono ou nitrogênio, átomos menos eletronegativos, resultando em alta energia interna e estabilidade flexível ruim.
–
–
Passo 4
Com sua carga bem acomodada em
, a ligação Hg–O em
é forte e o composto sofre pouca tensão interna. Já
contém ligações Hg–C sobre um fragmento mal estabilizado, criando tensão e energia armazenada.
Passo 5
Na decomposição,
se rompe de forma muito exotérmica liberando rapidamente gases como
,
, além de mercúrio metálico, o que gera a onda de choque típica de explosões. Em contraste,
não possui essa tensão e liberação de energia intensa, decompondo-se apenas com aquecimento forte, não de forma explosiva.
Resposta
O fulminato de mercúrio(II),
, é altamente explosivo, enquanto o cianato de mercúrio(II),
, é estável (não explosivo).