Quais são as principais aberrações cromossômicas (letais e não letais) associadas a exposição do DNA à radiação? Descreva-as.

Passo 1

O enunciado pede para identificarmos e descrevermos as principais aberrações cromossômicas induzidas por radiação no DNA, separando-as em letais e não letais. Para isso, precisamos lembrar que a radiação ionizante provoca quebras simples e duplas de fita, e que a forma como essas quebras são religadas ou mal religadas gera diferentes tipos de alterações cromossômicas.

Passo 2

Classificamos as aberrações em dois grandes grupos:
  • Aberrações não letais (balanceadas): não envolvem perda ou ganho significativo de material genético. Geralmente a célula sobrevive e muitas vezes passa adiante essas alterações.
  • Aberrações letais (desbalanceadas): implicam perda ou duplicação de regiões essenciais, o que costuma levar à inviabilidade ou morte celular.

Passo 3

Aberrações não letais (balanceadas)
Translocação recíproca – troca de pedaços entre dois cromossomos não homólogos sem perda de DNA; a célula mantém o conteúdo genético completo, mas em locais trocados. Pode não causar fenótipo visível, embora às vezes gere infertilidade ou predisposição a câncer.
Translocação Robertsoniana – fusão de dois cromossomos acrocêntricos na parte do centrômero, formando um cromossomo único gigante; o material genético total costuma ficar equilibrado.
Inversão – um segmento de um cromossomo se quebra em dois pontos e reintegra invertido; como não há perda de material, a célula sobrevive, mas no cruzamento pode ocorrer segregação anômala.
Troca entre cromátides-irmãs (SCE) – ocorre troca de fragmentos entre cromátides iguais; geralmente não prejudica a viabilidade, mas é indicador de dano ao DNA.

Passo 4

Aberrações letais (desbalanceadas)
Deleção – perda de um fragmento cromossômico (parcial ou terminal); se envolver genes essenciais, leva à morte celular ou a graves síndromes genéticas.
Cromossomo dicêntrico – formação de um cromossomo com dois centrômeros (resultado de fusão incorreta de duas extremidades rotas); durante a mitose, o cromossomo é arrancado em direções opostas, gerando fracionamento repetido (“ponte e quebra”) e morte.
Cromossomo anacêntrico (ácentrico) – fragmento sem centrômero; ao entrar em mitose, não é puxado para nenhum polo e é perdido, causando deleção e inviabilidade.
Cromossomo em anel – extremidades quebradas se unem formando um anel; a segregação mitótica é frequentemente defeituosa e leva à quebra repetida, instabilidade e morte.
Aneuploidias e poliploidias – perda ou ganho de cromossomos inteiros (monossomia, trissomia) devido a quebras próximas ao centrômero; a desproporção cromossômica quase sempre é incompatível com a sobrevivência.

Passo 5

Em resumo, as aberrações balanceadas (translocações, inversões, SCE) tendem a ser não letais porque preservam o conteúdo genético, ainda que possam causar problemas reprodutivos ou oncogênese. Já as aberrações desbalanceadas (deleções, dicêntricos, anéis, aneuploidias) levam à perda ou disrupção de DNA essencial, resultando frequentemente em morte celular.

Resposta

Aberrações não letais (balanceadas):
• Translocação recíproca
• Translocação Robertsoniana
• Inversão
• Troca entre cromátides-irmãs (SCE)
Aberrações letais (desbalanceadas):
• Deleção
• Cromossomo dicêntrico
• Cromossomo acêntrico
• Cromossomo em anel
• Aneuploidias/poliploidias

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