Como o teste do iodofórmio pode ser utilizado para inferir a diferença de reatividade dos compostos carbonílicos? Justifique.
Passo 1
O enunciado pergunta como o teste do iodofórmio pode ser utilizado para inferir diferenças de reatividade entre compostos carbonílicos. O conteúdo envolvido é a enolização de cetonas/aldeídos substituídos em α, a halogenação α e a formação de iodoformo. Para resolver, vamos analisar o mecanismo do teste e como fatores estruturais afetam a velocidade de formação do precipitado amarelo de
.
Passo 2
Em meio básico, o carbono α de uma cetona ou aldeído que tenha pelo menos um hidrogênio α forma um enolato segundo o equilíbrio
Este enolato ataca o iodo elementar , ocorrendo halogenação sucessiva até gerar o derivado triiodometilado
. Finalmente, em presença de
, há clivagem deste intermediário, liberando precipitado de iodoformo
:
A etapa limitante é a enolização e halogenação α, que dependem da acidez dos hidrogênios α.
Este enolato ataca o iodo elementar
A etapa limitante é a enolização e halogenação α, que dependem da acidez dos hidrogênios α.
Passo 3
A facilidade de enolização varia conforme a acidez dos hidrogênios α e a estabilização do enolato. Grupos eletronegativos ou com efeito indutivo retirador de elétrons próximos ao grupo carbonila aumentam a acidez α, acelerando a formação do enolato e, consequentemente, a halogenação. Em contraste, grupos doadores de elétrons ou efeitos estéricos que dificultam a abstração de próton retardam a reação.
Passo 4
Portanto, ao comparar dois carbonílicos que dão teste positivo, aquele que apresentar precipitação mais rápida ou mais intensa de
tem hidrogênios α mais ácidos e enolização mais fácil, indicando maior reatividade para a halogenação α. Compostos sem hidrogênios α ou com α-H pouco ácidos darão teste negativo ou muito demorado.
Resposta
O teste do iodofórmio informa, pela rapidez e intensidade da formação do precipitado amarelo de
, quão fácil é a enolização e halogenação α de um carbonílico. Assim, compostos com hidrogênios α mais ácidos e enolização facilitada reagem mais rápido, permitindo inferir diferenças de reatividade entre eles.