Que tipo de problema específico um eletrodo de dupla junção ajuda a evitar?
Passo 1
Beleza, então a pergunta é: “Que tipo de problema específico um eletrodo de dupla junção ajuda a evitar?” Isso é sobre eletrodos de referência em medidas potenciométricas, especialmente o lance do “potencial de junção” e contaminação entre as soluções. Pra resolver, a gente vai precisar entender como funciona um eletrodo de referência comum (junção única), o que pode dar errado (contaminação, precipitação, potencial instável) e como o eletrodo de dupla junção corrige isso.
Passo 2
Antes de tudo, lembra do eletrodo de referência de junção simples? Ele tem uma solução interna (normalmente KCl) em contato direto com a amostra por um poro ou frita. Aí rola difusão de íons entre a solução interna e a amostra, gerando:
- contaminação da amostra por Cl⁻ (ou Ag⁺ se for Ag/AgCl);
- precipitação indesejada no buraquinho (por exemplo AgCl ou sais de Ca/Mg + Cl⁻);
- um “potencial de junção” difícil de controlar, deixando a medida instável.
Passo 3
O truque do eletrodo de dupla junção é inserir uma segunda camada de solução (chamada de “solução interna 2”), isolando a solução de KCl original da amostra.
Esquematicamente:
Ag/AgCl │ KCl (solução interna 1) │ frita ║ solução interna 2 (ex.: KNO₃) │ frita ║ amostra
Com isso:
Esquematicamente:
Ag/AgCl │ KCl (solução interna 1) │ frita ║ solução interna 2 (ex.: KNO₃) │ frita ║ amostra
Com isso:
- A solução interna 1 nunca chega na amostra, evitando contato direto do KCl com a amostra.
- A solução interna 2 (que não contém Cl⁻ em excesso) faz a ponte, sem formar precipitado.
- O novo potencial de junção (na fronteira solução interna 2/amostra) fica muito mais estável.
Passo 4
Na prática, o eletrodo de dupla junção evita:
• A difusão de Cl⁻ (ou Ag⁺) para dentro da amostra, impedindo contaminações e interferências analíticas.
• A formação de precipitados no poro de junção (tipo AgCl, CaCl₂, etc.), que entupiriam a frita e deixariam o potencial instável.
• Variações bruscas de potencial de junção que atrapalhariam a precisão da medida.
• A difusão de Cl⁻ (ou Ag⁺) para dentro da amostra, impedindo contaminações e interferências analíticas.
• A formação de precipitados no poro de junção (tipo AgCl, CaCl₂, etc.), que entupiriam a frita e deixariam o potencial instável.
• Variações bruscas de potencial de junção que atrapalhariam a precisão da medida.
Resposta
Um eletrodo de dupla junção evita especificamente a contaminação da amostra por íons do eletrólito de referência (e a consequente formação de precipitados) e garante um potencial de junção estável, prevenindo erros na medida potenciométrica.