VUNESP Considere as três cadeias alimentares a seguir.
I. vegetação \rightarrow insetos \rightarrow anfíbios v cobras \rightarrow fungos.
II. vegetação \rightarrow coelho \rightarrow gavião.
III. fitoplâncton \rightarrow zooplâncton \rightarrow peixes \rightarrow tubarão.
A maior quantidade de energia disponível para os níveis tróficos mais elevados estará
a) apenas na cadeia I.
b) apenas nas cadeias I e III.
c) apenas na cadeia II.
d) apenas nas cadeias I e II.
e) nas cadeias I, II e III.

Passo 1

O enunciado dá três cadeias alimentares e pergunta em quais delas a maior quantidade de energia estará disponível para os níveis tróficos mais elevados. As cadeias são:
I. vegetação \rightarrow insetos \rightarrow anfíbios \rightarrow cobras \rightarrow fungos.
II. vegetação \rightarrow coelho \rightarrow gavião.
III. fitoplâncton \rightarrow zooplâncton \rightarrow peixes \rightarrow tubarão.
Queremos identificar em quais dessas cadeias a energia disponível no nível trófico mais alto é maior.

Passo 2

O que significa “energia disponível para os níveis tróficos mais elevados”? Vou explicar devagarinho. Em uma cadeia alimentar, cada conjunto de organismos que ocupa a mesma posição na cadeia é chamado de nível trófico — por exemplo, produtores (plantas, fitoplâncton) são o primeiro nível, herbívoros o segundo, predadores secundários o terceiro, e assim por diante. Quando a energia passa de um nível para o próximo (por exemplo, de plantas para herbívoros), apenas uma fração da energia do nível inferior é incorporada no nível superior; o resto é perdido como calor, movimento, metabolismo, fezes etc. Para responder à questão precisamos usar essa ideia: a cada transferência a energia disponível diminui bastante.

Passo 3

Qual regra prática usar para quantificar essa perda? Na ecologia costuma-se usar a regra empírica de Lindeman, conhecida como "regra dos 10\%": em média apenas cerca de 10\% da energia de um nível trófico é passada ao nível seguinte. Vou formalizar isso com uma fórmula simples para você poder aplicar na prova:
E_L = E_1 \cdot \varepsilon^{\,L-1}
onde:
  • E_L é a energia disponível no nível trófico L (o nível que queremos analisar, por exemplo o nível do predador do topo);
  • E_1 é a energia no primeiro nível trófico (produtores);
  • \varepsilon é a eficiência de transferência entre níveis (vamos usar \varepsilon = 0,1, que corresponde a 10\%);
  • L é o número do nível trófico contado a partir do produtor como L=1.
    Essa fórmula vem de multiplicar por \varepsilon a cada transferência entre níveis. É uma aproximação, mas serve perfeitamente para comparar cadeias (o enunciado não pede cálculos exatos, só comparar).

Passo 4

Agora contamos quantos níveis tróficos tem o topo de cada cadeia, contando produtores como L=1:
  • Cadeia I: vegetation (produtor, L=1) → insetos ( L=2) → anfíbios ( L=3) → cobras ( L=4) → fungos ( L=5). Logo o topo está em L=5.
  • Cadeia II: vegetação ( L=1) → coelho ( L=2) → gavião ( L=3). Logo topo em L=3.
  • Cadeia III: fitoplâncton ( L=1) → zooplâncton ( L=2) → peixes ( L=3) → tubarão ( L=4). Logo topo em L=4.
Nota rápida: mesmo que fungos na cadeia I tradicionalmente sejam decompositores, o enunciado já colocou fungos como o último elo; vamos tratá‑los como o nível trófico final conforme apresentado (o exercício pressupõe essa formulação).

Passo 5

Para comparar de forma numérica (isso facilita muito), escolhemos uma energia inicial conveniente no produtor, por exemplo E_1 = 1000 unidades de energia (pode ser qualquer número; o importante é a comparação relativa). Usando \varepsilon = 0,1 aplicamos a fórmula:
  • Para a cadeia I (topo em L=5):
E_5 = 1000 \cdot 0,1^{\,5-1} = 1000 \cdot 0,1^{4} = 1000 \cdot 0,0001 = 0,1
Logo, o nível trófico mais alto da cadeia I teria cerca de 0,1 unidade.
  • Para a cadeia II (topo em L=3):
E_3 = 1000 \cdot 0,1^{\,3-1} = 1000 \cdot 0,1^{2} = 1000 \cdot 0,01 = 10
Logo, o topo da cadeia II teria cerca de 10 unidades.
  • Para a cadeia III (topo em L=4):
E_4 = 1000 \cdot 0,1^{\,4-1} = 1000 \cdot 0,1^{3} = 1000 \cdot 0,001 = 1
Logo, o topo da cadeia III teria cerca de 1 unidade.

Passo 6

Comparemos os resultados numéricos: cadeia I = 0,1, cadeia II = 10, cadeia III = 1. A maior quantidade de energia disponível no nível trófico mais alto é claramente da cadeia II, porque ela tem menos transferências (cadeia mais curta) e, portanto, menos perdas acumuladas.
Interpretação intuitiva e dica pra prova: quanto menor o número de elos entre produtores e o predador do topo, mais energia sobra para o topo. Mesmo que a eficiência real varie (algumas cadeias podem transferir mais que 10\% em certos elos), para a comparação entre cadeias com comprimentos diferentes a conclusão costuma ser a mesma: cadeias mais curtas fornecem mais energia ao topo. Guarda essa ideia — ela resolve vários exercícios rápido!

Passo 7

Conclusão final: a cadeia com maior energia disponível no nível trófico mais alto é a cadeia II, portanto a alternativa correta é a letra c.

Resposta

c) apenas na cadeia II.

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