Para os cenários apresentados abaixo, identificar possíveis erros e propor as devidas correções, com base no método DNIT
Estrada pavimentada ligando uma zona rural a uma rodovia principal.
- Tráfego previsto:
eixos equivalentes.
- Subleito:
.
- Revestimento:
de tratamento superficial duplo (TSD).
- Base:
- Sub-base:
de solo compactado.
Passo 1
Beleza, então o enunciado diz: temos uma estrada rural pavimentada ligando a rodovia principal, com tráfego previsto de 2×10 eixos equivalentes (super baixíssimo). O subleito tem CBR = 8 %. Eles colocaram por cima 3 cm de Tratamento Superficial Duplo (TSD), depois 10 cm de base de solo-cimento e 20 cm de sub-base com solo compactado.
Conteúdo: projeto de pavimento flexível pelo método DNIT.
O que precisamos:
Conteúdo: projeto de pavimento flexível pelo método DNIT.
O que precisamos:
- Entender o que o DNIT recomenda pra CBR 8 % e tráfego baixo.
- Saber como calcular espessuras mínimas de TSD, de base (solo-cimento) e de sub-base (granular).
- Reconhecer erros (camadas muito finas ou materiais não recomendados).
Passo 2
Teoria do CBR e do Método DNIT
O CBR (California Bearing Ratio) mede a resistência do subleito. CBR = 8 % é relativamente fraco, então precisa de camadas mais robustas acima para distribuir a carga.
No método DNIT a gente define uma “Número Estrutural” (SN) que depende do tráfego (eixos equivalentes) e do CBR do subleito. De acordo com tabelas do DNIT:
O CBR (California Bearing Ratio) mede a resistência do subleito. CBR = 8 % é relativamente fraco, então precisa de camadas mais robustas acima para distribuir a carga.
No método DNIT a gente define uma “Número Estrutural” (SN) que depende do tráfego (eixos equivalentes) e do CBR do subleito. De acordo com tabelas do DNIT:
- Pra CBR 8 % e 2×10 eixos, o SN total fica bem baixo, mas mesmo assim precisa de mais estrutura que 3 cm de TSD + 10 cm de solo-cimento + 20 cm de solo.
- Cada camada tem um “fator estrutural” (a) e espessura “d”. O SN = Σ (a · d).
Passo 3
Checando o Tratamento Superficial Duplo (TSD)
O “a” típico do TSD é cerca de 0,04–0,06.
O “a” típico do TSD é cerca de 0,04–0,06.
- Com 3 cm (0,03 m): SN_TSD ≃ 0,05×0,03 = 0,0015 (praticamente zero).
Segundo o DNIT, mesmo pra tráfego 105–106 eixos, recomenda-se no mínimo 4 cm de TSD ou passar pra microrevestimento.
Erro 1: 3 cm de TSD é insuficiente.
Correção 1: aumentar para pelo menos 4 cm (SN_TSD ≃ 0,05×0,04 = 0,002).
Passo 4
Checando a base de solo-cimento
O solo-cimento tem fator estrutural a ≃ 0,15–0,20.
O solo-cimento tem fator estrutural a ≃ 0,15–0,20.
- Com 10 cm (0,10 m) e a = 0,18: SN_base ≃ 0,18×0,10 = 0,018.
Isso é muito pouco. O DNIT costuma indicar mínimo 15 cm de solo-cimento em estradas rurais de tráfego leve.
Erro 2: base de solo-cimento de 10 cm muito rasa.
Correção 2: aumentar para 15 cm (SN_base ≃ 0,18×0,15 = 0,027).
Passo 5
Checando a sub-base
Eles usam 20 cm de solo compactado, mas o DNIT exige sub-base granular (brita) pra garantir drenagem e rigidez. O fator estrutural do solo compactado é muito baixo, a ≃ 0,02.
Eles usam 20 cm de solo compactado, mas o DNIT exige sub-base granular (brita) pra garantir drenagem e rigidez. O fator estrutural do solo compactado é muito baixo, a ≃ 0,02.
- SN_sub ≃ 0,02×0,20 = 0,004.
Deveria ser granular com a ≃ 0,10–0,12 e espessura ≥ 25 cm.
Erro 3: sub-base de solo, não de material granular; espessura insuficiente.
Correção 3: substituir por sub-base de brita graduada 25 cm (SN_sub ≃ 0,11×0,25 = 0,0275).
Passo 6
Somando os números estruturais corrigidos
- SN_TSD = 0,05×0,04 = 0,0020
- SN_base = 0,18×0,15 = 0,0270
- SN_sub = 0,11×0,25 = 0,0275
SN_total ≃ 0,0565
Esse valor atende ao que o DNIT pede pra CBR 8 % e 2×10 eixos (normalmente SN ≃ 0,05 a 0,06).
Resposta
Erros identificados e correções propostas:
- TSD de 3 cm é muito fino – usar 4 cm.
- Base de solo-cimento de 10 cm é insuficiente – aumentar para 15 cm.
- Sub-base de solo compactado errado – usar brita graduada 25 cm.