Dados:
  • Cultura: Citrus (laranja)
  • Profundidade efetiva do sistema radicular =60 \mathrm{~cm}
  • Evapotranspiração =4 \mathrm{~mm} / \mathrm{dia}
  • Massa específica do solo =1400 \mathrm{~kg} / \mathrm{m}^{3}
  • Conteúdo de água na capacidade de campo =0,22 \mathrm{~kg} / \mathrm{kg}
  • Conteúdo de água no ponto de murcha permanente =0,10 \mathrm{~kg} / \mathrm{kg} Pede-se:
    a. A capacidade total de água no solo (CTA)
    b. A capacidade real de água no solo (CRA). Identifique o valor de f utilizando a tabela de valores que considera a cultura e a evapotranspiração (consultar ANEXO A - Tabela 3).
    c. Calcule a umidade crítica (Ucr), que indica o momento de iniciar a irrigação.
    d. Calcule o intervalo de tempo máximo entre irrigações (Turno de rega), considerando a evapotranspiração de 4 \mathrm{~mm} / dia.
    e. Assumindo que o solo se encontra na capacidade campo num dado instante inicial, calcule a umidade gravimétrica do solo após 7 dias sem irrigação, considerando que a redução da umidade do solo é devido à evapotranspiração.
    f. Baseado na umidade encontrada no item “e”, calcule o tempo de funcionamento de um aspersor que aplica água na taxa de 9 \mathrm{~mm} / \mathrm{h} para que a umidade do solo atinja a condição de capacidade de campo.

Passo 1

O enunciado dá um cultivo de citros com sistema radicular efetivo de 0{,}60 m, evapotranspiração diária de 4 mm/dia, massa específica do solo \rho_b=1400 kg/m³, conteúdo de água na capacidade de campo \theta_{cc}=0{,}22 kg água/kg solo e no ponto de murcha permanente \theta_{pmp}=0{,}10 kg água/kg solo. Vamos calcular:
a) capacidade total de água (CTA) em mm;
b) capacidade real de água (CRA) usando fator f da Tabela 3;
c) umidade crítica \theta_{cr} (maiorumidade para início de irrigação) em kg água/kg solo;
d) intervalo máximo entre irrigações em dias;
e) umidade gravimétrica após 7 dias sem irrigação;
f) tempo de aspersão necessário para voltar à capacidade de campo com taxa de 9 mm/h.

Passo 2

Primeiro convertemos os teores gravimétricos \theta em teores volumétricos \theta_v via \theta_v=\theta\cdot\rho_b.
\theta_{cc,v}=0{,}22\times1{,}4=0{,}308\quad\text{m³ água/m³ solo},³á³
\theta_{pmp,v}=0{,}10\times1{,}4=0{,}14\quad\text{m³ água/m³ solo}.³á³
Aí a capacidade total de água disponível (CTA) no perfil de 0{,}60 m é
\mathrm{CTA}=(\theta_{cc,v}-\theta_{pmp,v})\times600\;\mathrm{mm} =(0{,}308-0{,}14)\times600=100{,}8\;\mathrm{mm}.

Passo 3

Consultando a Tabela 3 para citros com \mathrm{ET}=4 mm/dia, obtemos f=0{,}5. Assim a capacidade real de água (CRA) é
\mathrm{CRA}=f\times\mathrm{CTA} =0{,}5\times100{,}8=50{,}4\;\mathrm{mm}.

Passo 4

A umidade crítica (início de irrigação) corresponde ao ponto em que já se usou fração f da água disponível, restando (1-f) da CTA. Em teores gravimétricos,
\theta_{cr}=\theta_{pmp}+(1-f)\,(\theta_{cc}-\theta_{pmp}) =0{,}10+0{,}5\times(0{,}22-0{,}10)=0{,}16\;\mathrm{kg/kg}.

Passo 5

O turno máximo de rega é o tempo para esgotar a CRA pela ET de 4 mm/dia:
t_{\max}=\frac{\mathrm{CRA}}{\mathrm{ET}} =\frac{50{,}4}{4}=12{,}6\;\mathrm{dias}.

Passo 6

Se o solo parte de capacidade de campo e fica 7 dias sem irrigação, a perda de água é 4,mm/dia \times7 dias =28 mm. Isso equivale a redução volumétrica
\Delta\theta_v=\frac{28}{600}=0{,}0467,
logo o teor volumétrico final é
\theta_{v,7}=\theta_{cc,v}-0{,}0467=0{,}308-0{,}0467=0{,}2613\;\mathrm{m^3/m^3},
e em gravimétrico
\theta_{m,7}=\frac{\theta_{v,7}}{\rho_b} =\frac{0{,}2613}{1{,}4}=0{,}1866\;\mathrm{kg/kg}.

Passo 7

Para voltar ao \theta_{cc,v}=0{,}308 m³/m³ é preciso repor 28 mm de água. Com taxa de aspersão de 9 mm/h, o tempo é
t_{\mathrm{asp}}=\frac{28}{9}=3{,}11\;\mathrm{h}\approx3\;\mathrm{h}\;7\;\mathrm{min}.

Resposta

a. \mathrm{CTA}=100{,}8 mm
b. \mathrm{CRA}=50{,}4 mm (com f=0{,}5)
c. \theta_{cr}=0{,}16 kg água/kg solo
d. t_{\max}=12{,}6 dias
e. \theta_{m,7}=0{,}1866 kg água/kg solo
f. t_{\mathrm{asp}}\approx3{,}11 h (≈3 h 7 min)

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