Exercício 2. Considere dois países, j inA, B, idênticos em todas as suas características estruturais relevantes, exceto quanto a sua propensão marginal a consumir, sendo que c1^A> c1^B. 'As seguintes equações comportamentais do mercado de bens são válidas: C^j=C0+c1^j YD^j; I^j=I0-a i^j ; G^j=G0 ; T^j=T0+t1 Y^j ; e Y D^j=Y^j-T^j. Ao seu turno, para o mercado monetário tem-se: M^S ^jP=M^SP; e M^d ^jP=1V T Y^j-l1 i^j. Ambas as economias são fechadas e todos os parâmetros e variáveis permanecem com as interpretações usuais. Imagine que ambos os países devem realizar um ajuste fiscal. Economistas do Banco Mundial sugerem que uma política de elevação dos impostos diretos seja implementada no país A, e uma política de reduçãõ dos gastos do governo seja implementada no país B. Ilustre geometricamente (lado a lado) o efeito de curto prazo dessas políticas e discuta a cadeia de causalidade correspondente (como cada tipo de ajuste fiscal impacta a atividade econômica)?

Passo 1

Vamos usar o modelo IS–LM de curto prazo para mercados de bens e moeda em cada país j. As equações são
C^j=C0+c1^jYD^j,
I^j=I0-a,i^j,
G^j=G0,
T^j=T0+t1Y^j,
YD^j=Y^j-T^j,
para o mercado de bens, e
M^S,jP=M^SP, M^d,jP=1VT,Y^j-l1,i^j
para o mercado monetário.
Tudo idêntico em A e B, exceto c1^A>c1^B. Vamos derivar a curva IS, depois analisar o efeito de um aumento de T0 (país A) e de uma redução de G0 (país B) e, por fim, ilustrar graficamente.

Passo 2

Derivação da curva IS. Substituindo YD=Y-T0-t1Y em consumo e somando a I e G, obtemos a demanda agregada
AD= C0+c1l((1-t1)Y - T0r)+I0-a,i+G0
No equilíbrio de bens Y=AD, logo
Y = C0-c1T0+I0+G01 - c1(1 - t1);-;a1 - c1(1 - t1),i
Dessa forma, a inclinação e o intercepto da IS são fixos dado c1,t1,a.

Passo 3

Efeito de um aumento de T0 no país A. Se De<a T0>0, o intercepto da IS cai em
partial Ypartial T0 = -c11 - c1(1 - t1)<0
Cadeia de causalidade: uparrow T0Rightarrowdownarrow YDRightarrowdownarrow CRightarrowdownarrow ADRightarrow IS desloca-se para a esquerda, reduzindo Y e, via menor Y em LM fixa, reduzindo também i.

Passo 4

Efeito de uma redução de G0 no país B. Se De<a G0<0, o intercepto da IS cai em
partial Ypartial G0 = 11 - c1(1 - t1)>0,
mas como De<a G0<0, De<a Y<0. Cadeia: downarrow G0Rightarrowdownarrow ADRightarrow IS à esquerda Rightarrowdownarrow Y e downarrow i.

Passo 5

Gráfico lado a lado:
À esquerda, país A com curva IS A original e IS '!A deslocada para a esquerda pelo aumento de T0. A curva LM é comum. O novo equilíbrio E'A tem renda e taxa de juros menores que em EA.
À direita, país B com IS B original e IS '!B deslocada para a esquerda pela redução de G0, com LM comum. Novo equilíbrio E'B também exibe Ydownarrow e idownarrow.

Passo 6

Comparação dos tamanhos dos deslocamentos:
l|De<a Yr|G = |De<a G0|1 - c1(1 - t1), l|De<a Yr|T = c1,|De<a T0|1 - c1(1 - t1)
Como c1<1, o multiplicador de gastos é maior em valor absoluto que o multiplicador tributário. Para choques percentuais iguais em G0 e T0, a contração em Y será menor no país A.

Resposta

Em ambos os países a curva IS se desloca para a esquerda, reduzindo o produto e a taxa de juros em curto prazo. No país A o ajuste vem via aumento de impostos (queda da renda disponível e do consumo), no país B via corte de gastos (queda direta da demanda agregada). O multiplicador de gasto é maior que o tributário, de modo que, para choques de igual tamanho, o impacto sobre Y é menor no país A do que no país B.

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