6.24 Porque a maioria dos metais usados na antiguidade era de classe (b) (moles, na terminologia do conceito de ácidos e bases duros e moles)?
Passo 1
O enunciado pergunta por que a maioria dos metais usados na antiguidade pertencia à classe (b) (isto é, eram “moles”, na terminologia do conceito de ácidos e bases duros e moles de Pearson). O conteúdo é a teoria HSAB (Hard and Soft Acids and Bases), e vamos precisar:
. Definir o que são ácidos moles (soft acids).
. Comparar propriedades de metais moles e duros.
. Relacionar essas propriedades com as técnicas e limitações da metalurgia antiga.
Passo 2
Segundo Pearson, um ácido mole (soft acid) é caracterizado por ter baixa densidade de carga (baixa carga sobre grande raio), grande polarizabilidade e preferência por interagir com bases moles (soft bases). Em contraste, ácidos duros têm alta densidade de carga e preferem bases duras.
Passo 3
Propriedades de metais moles (soft acids) relevantes para a antiguidade:
Baixa reatividade com água e oxigênio (menor tendência a formar óxidos e hidróxidos à temperatura ambiente).
Alta polarizabilidade, o que significa ligações mais covalentes e menos iônicas, conferindo resistência à corrosão.
Pontos de fusão relativamente baixos (facilitando fusão e forja com fornos simples).
Ocorrência na natureza muitas vezes em estado nativo ou em sulfetos fáceis de reduzir (ex.: Au, Ag, Cu, Hg, Pb, Sn).
Passo 4
Na antiguidade, as técnicas de extração e purificação eram limitadas:
Fornos alcançavam temperaturas relativamente baixas.
Redutores disponíveis (carvão vegetal) eram eficazes sobre sulfetos de metais moles, mas pouco eficientes para óxidos de metais duros como Fe ou Al.
Metais que oxidavam facilmente (ácidos duros) exigiriam temperaturas maiores e refino químico mais complexo, inviáveis na época.
Passo 5
Metais moles ofereciam ainda malleabilidade e ductilidade ideais para confecção de utensílios, ornamentos e moedas, além de resistirem razoavelmente ao ataque químico no uso cotidiano.
Resposta
Porque esses metais, sendo ácidos moles (classe b), apresentam grande polarizabilidade, baixa tendência a oxidar e pontos de fusão menores, o que os torna mais fáceis de extrair, fundir e trabalhar com a tecnologia e matérias-primas disponíveis na antiguidade.