Ao reagir com metais, o átomo de bromo aceita um elétron para formar o ânion
, presente, por exemplo, nos sais KBr ou
. Entretanto, não encontramos compostos como
ou CaBr . Explique esse fato em termos da distribuição eletrônica do elemento bromo (
).
Passo 1
Beleza, o enunciado diz que o bromo (Z = 35) forma o ânion Br⁻ (por exemplo em KBr ou CaBr₂), mas não existem sais tipo K₂Br ou CaBr. A matéria aqui é ligação iônica e configuração eletrônica: a gente precisa saber como o Br distribui seus elétrons e como isso determina a carga dele, daí sai a estequiometria dos sais.
Passo 2
Primeiro, vamos anotar a configuração eletrônica do átomo neutro de bromo (Z = 35), que é:
Repara que, na camada de valência (n = 4), ele tem
totalizando 7 elétrons de valência.
Passo 3
Pela regra do octeto, átomos de elementos do grupo 17 (como o bromo) “curtem” ter 8 elétrons na camada externa. Com 7 em
, o Br precisa ganhar 1 elétron para completar o octeto e virar Br⁻ com configuração igual à do gás nobre kriptônio:
Passo 4
Quando um metal como potássio (K) reage, ele cede 1 elétron e vira K⁺. Para neutralizar K⁺ (+1), basta um Br⁻ (–1): daí sai KBr. Se você tentasse K₂Br, teria 2 K⁺ (total +2) e 1 Br⁻ (–1), sobra +1 sem neutralizar – não rola quimicamente.
Passo 5
No caso do cálcio (Ca), ele cede 2 elétrons e vira Ca²⁺. Pra neutralizar +2, você precisa de dois Br⁻ (cada um –1): surge CaBr₂. Se fosse CaBr, você teria Ca²⁺ (+2) e só um Br⁻ (–1), sobraria +1 de carga — instável e inexistente.
Resposta
O bromo, com configuração
, só aceita 1 elétron (formando Br⁻). Potássio vira K⁺ e se liga a um Br⁻ (KBr); cálcio vira Ca²⁺ e precisa de dois Br⁻ para neutralizar (CaBr₂). Compostos tipo K₂Br ou CaBr não dão carga zero e, por isso, não existem.