A tendência tecnicista de educação tem, dentre seus pressupostos básicos, a neutralidade científica, os conceitos de racionalidade, eficiência e produtividade, a ideia de parcelamento e fragmentação do processo, a teoria da comunicação e a divisão do trabalho. A partir destes pressupostos, o papel do professor caracteriza-se, especialmente, como o de um técnico que
a) controla o processo de ensino e articula a relação teoria e prática.
b) promove a harmonia no ambiente escolar e estimula as vivências democráticas em sala de aula.
c) desenvolve o processo transmissão-recepção de conhecimentos e mantém a disciplina.
d) organiza as condições de transmissão do conteúdo e administra os meios sofisticados de ensino.
e) domina as técnicas de transmissão e reprodução da realidade social em sala de aula.

Passo 1

Beleza, aqui o enunciado tá falando da “tendência tecnicista” na educação – que é aquela visão de que ensino deve ser neutro, super racional, eficiente, produtivo, dividido em partes bem separadas e com foco na transmissão de conteúdo (teoria da comunicação) e divisão do trabalho. A pergunta é: qual é o “papel do professor” dentro dessa visão “tecnicista”? As opções descrevem várias funções, mas só uma bate direitinho com esses pressupostos.
Profa/Profe vai precisar entender:
  • O que é neutralidade científica e racionalidade na educação
  • Como funciona a “teoria da comunicação” (modelo transmissor → receptor)
  • O que significam eficiência, produtividade, divisão do trabalho

Passo 2

Vamos recapitular a teoria básica da tendência tecnicista:
  1. Neutralidade científica: o ensino não é político ou crítico, é “técnico”.
  2. Racionalidade, eficiência e produtividade: o foco é “minimizar custos” de tempo e esforço e “maximizar” resultados mensuráveis.
  3. Parcelamento e fragmentação: divide-se o conteúdo em pedacinhos bem separados, cada um com objetivos claros.
  4. Teoria da comunicação: se apoia no modelo transmissor → receptor; professor “envia” conteúdo, aluno “recebe”.
  5. Divisão do trabalho: o professor atua como “operário técnico” do processo de ensino.

Passo 3

Agora, com esses pressupostos em mente, analisamos cada alternativa:
a) “controla o processo e articula teoria e prática” – isso tem um quê de pragmático, mas a articulação teoria-prática é bem mais dialógica que tecnicista.
b) “promove harmonia e vivências democráticas” – isso é perfil crítico/democrático, nada a ver com neutralidade e eficiência mecânica.
c) “desenvolve o processo transmissão–recepção e mantém disciplina” – esse tá bem próximo, pois menciona o modelo transmissor → receptor e o controle (disciplina).
d) “organiza as condições de transmissão e administra os meios sofisticados” – também fala de transmissões e meios como se o professor fosse um técnico de equipamentos e métodos.
e) “domina técnicas de transmissão e reprodução da realidade social” – quase todas as alternativas falam de “técnica”, mas aqui tem a ideia de “reprodução da realidade social”, que é mais crítico (como na pedagogia bancária do Freire), e não propriamente tecnicista neutra.

Passo 4

Entre c) e d), qual é especialmente característica do tecnicista?
  • A ênfase em fragmentar e administrar meios sofisticados (d) encaixa certinho na lógica de eficiência e produtividade: professor = operador de métodos e ferramentas pedagógicas, preocupado em preparar e usar meios (tecnologia, materiais, esquemas) para “fazer passar” o conteúdo.
  • A opção c) fala mais genericamente de transmitir e disciplinar, mas não realça tanto o lado “técnico-instrumental”, de gerenciar meios e recursos para otimizar o processo.
Logo, a opção d) é a que melhor casa com todos aqueles pressupostos de neutralidade, eficiência, teoria da comunicação e divisão do trabalho.

Resposta

d) organiza as condições de transmissão do conteúdo e administra os meios sofisticados de ensino.

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