(1,0) Qual o argumento, amplamente difundido e cientificamente aceito, é utilizado para justificar a redução do grau de confiança nos testes de hipóteses de análises quantitativas comumente exploradas em Ciências Sociais Aplicadas (como Economia)? Justifique sua resposta.

Passo 1

O enunciado pergunta qual é o argumento, já amplamente aceito pela comunidade científica em Ciências Sociais Aplicadas (por exemplo, Economia), que justifica usar um grau de confiança menor—isto é, um nível de significância \alpha maior (por exemplo, 10\% em vez de 5\%)—nos testes de hipóteses quantitativos. Para responder, vamos recorrer à teoria de erros em teste de hipóteses e ao contexto específico das aplicações em Economia.

Passo 2

Em um teste de hipóteses clássico, fixamos um nível de significância \alpha, que é a probabilidade máxima que aceitamos de cometer um erro do Tipo I (rejeitar H_0 quando ela é verdadeira). O grau de confiança é 1-\alpha. Escolher um \alpha menor (por exemplo, 1\%) torna o teste mais conservador, reduz o erro do Tipo I, mas acaba aumentando a probabilidade de erro do Tipo II (não rejeitar H_0 quando ela é falsa), reduzindo o poder do teste.

Passo 3

O argumento cientificamente aceito baseia-se exatamente nesse trade-off entre erros do Tipo I e do Tipo II. Em disciplinas como Economia, os dados são frequentemente ruidosos, os modelos são simplificações grosseiras da realidade e o sinal estatístico costuma ser fraco. Se exigirmos um nível de confiança muito alto (por exemplo, 99\%), corremos um grande risco de não detectar efeitos reais (alto erro do Tipo II), perdendo informações relevantes para a política econômica ou para a avaliação de programas.

Passo 4

Logo, adota-se rotineiramente um \alpha um pouco maior (tipicamente 10\%, isto é, grau de confiança de 90\%), para aumentar o poder do teste e diminuir a chance de deixar de identificar relações econômicas verdadeiras. Esse procedimento é justificado pelo custo relativamente maior de erros do Tipo II no contexto aplicado, e pelo fato de que evidências empíricas em Economia raramente são tão limpas que permitiriam uma exigência de confiança de 95\% ou 99\% sem sacrificar quase toda a capacidade de inferência.

Resposta

O argumento é o trade-off entre erro Tipo I e erro Tipo II em cenários de alta incerteza e baixo signal-to-noise: ao reduzir o grau de confiança (aumentar \alpha), aumenta-se o poder do teste e diminui-se o risco de não detectar efeitos reais, o que é especialmente importante em análises econômicas, cujos dados são ruidosos e os modelos têm simplificações consideráveis.

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