Descreva o ciclo da ureia, destacando o sentido de movimento e os transportadores envolvidos em cada segmento do néfron.
Passo 1
O enunciado pede para descrever o chamado ciclo de ureia no néfron, indicando para onde a ureia se move em cada segmento e quais transportadores estão envolvidos. O conteúdo principal é fisiologia renal de concentração de urina, focando na reciclagem de ureia no néfron e na medula renal. Vamos mapear cada segmento relevante e anotar o sentido do fluxo de ureia e os canais UT correspondentes.
Passo 2
No túbulo proximal cerca de 50% da ureia filtrada é reabsorvida de maneira passiva acompanhando a água através da via paracelular. Não há canais específicos de ureia expressos aqui – a reabsorção ocorre por solvent drag e difusão simples pelo gradiente.
Passo 3
Na alça de Henle fina (especialmente o ramo descendente medular) há secreção de ureia do interstício para o lúmen tubular. Esse transporte se faz por difusão facilitada via o canal UT-A2 localizado na membrana apical das células da alça fina.
Passo 4
No ducto coletor medular ocorre grande reabsorção de ureia do lúmen para o interstício, sob ação do ADH. Na membrana apical as células expressam UT-A1 e na basolateral expressam UT-A3, permitindo o fluxo de ureia para o interstício medular e reforçando o gradiente osmótico.
Passo 5
Os capilares da vasa recta também participam da reciclagem: as endotéliais expressam UT-B, facilitando a captação de ureia do interstício de volta para a corrente sanguínea e sustentando o ciclo na medula renal.
Resposta
Resumo do ciclo de ureia no néfron:
- Túbulo proximal – reabsorção passiva (~50%) via paracelular;
- Alça fina de Henle – secreção do interstício para o lúmen por UT-A2;
- Ducto coletor medular – reabsorção para o interstício via UT-A1 (apical) e UT-A3 (basolateral) sob controle de ADH;
- Vasa recta – recirculação de ureia via UT-B, mantendo o gradiente osmótico medular.