Deve haver uma diferença em seus resultados entre as solubilidades da cânfora em álcool metílico e cânfora no hexano. Explique essa diferença.
Passo 1
O enunciado pergunta por que a solubilidade da cânfora difere quando usamos álcool metílico (um solvente polar, prótico) em comparação ao hexano (um solvente apolar). O conteúdo aqui é forças intermoleculares e o princípio “semelhante dissolve semelhante”.
Passo 2
A cânfora é o composto
. Apesar de ter um grupo carbonila (ligeiramente polar e capaz de aceitar ligações de hidrogênio), a maior parte da molécula é um esqueleto hidrocarbônico rígido, ou seja, essencialmente apolar.
Passo 3
O álcool metílico
é polar e prótico: forma ligações de hidrogênio fortes entre suas próprias moléculas e com solutos que também possam doar ou aceitar H-ligação. Já o hexano
é totalmente apolar e só interage por forças de dispersão (London).
Passo 4
Para dissolver bem um soluto, o solvente deve “combinar” suas forças intermoleculares com as do soluto. Como a cânfora é majoritariamente apolar, suas interações de van der Waals com o hexano (forças de dispersão) são mais eficientes do que as interações dipolo–dipolo ou de hidrogênio que o metanol poderia oferecer.
Passo 5
Portanto, a afinidade entre moléculas de cânfora e moléculas de hexano é maior do que entre cânfora e metanol. Isso faz com que a solubilidade da cânfora no hexano seja significativamente maior do que no álcool metílico.
Resposta
A diferença se deve ao fato de a cânfora ser essencialmente apolar, de modo que interações de dispersão com o hexano apolar são mais fortes (e em maior número) do que as interações dipolo–dipolo e de hidrogênio possíveis com o metanol polar.