Qual a função do fluido de corte, qual sua classificação segundo a norma DIN 51385 e qual o critério de escolha?
Passo 1
O enunciado pergunta sobre o papel do fluido de corte na usinagem, sua classificação conforme a norma DIN
e os critérios para selecioná-lo. Para responder precisamos entender as funções básicas dos fluidos de corte, conhecer os grupos e subgrupos definidos na norma e, por fim, ver quais fatores de processo e de material norteiam a escolha.
Passo 2
A função do fluido de corte é, basicamente, quatro vezes “C”:
. Cooler (resfriar): ele retira calor da zona de corte, evitando deformação térmica e prolongando vida da ferramenta.
. Chenge (lubrificar): reduz o atrito entre peça, cavaco e ferramenta, diminuindo desgaste e força de corte.
. Cleaner (limpar): ajuda a remover cavacos e impurezas da zona de usinagem, mantendo visibilidade e evita rebarbas re-usinadas.
. Corrosion protection (proteger): muitos fluidos contêm inibidores de corrosão, preservando máquina e peça após a usinagem.
Passo 3
A norma DIN
classifica os fluidos de corte em cinco grandes grupos, cada um com subgrupos:
- Grupo C – óleos puros de corte (não diluíveis em água)
: sem aditivos especiais
: aditivados com enxofre
: aditivados com cloro
: enxofre cloro
: aditivos EP (Extreme Pressure) - Grupo E – emulsões óleo– em água
: baixo teor de óleo mineral (< %)
: teor médio ( – %)
: alto teor (> %)
: emulsões sintéticas sem óleo mineral
: emulsões com aditivos EP - Grupo S – fluidos sintéticos (sem óleo mineral)
: neutros, pH
: alcalinos, pH >
: com aditivos EP - Grupo H – semissintéticos (mistura de sintético
óleo mineral)
: neutros
: alcalinos
: com EP - Grupo P – pastosos ou graxas de corte, para operações especiais
Passo 4
Critérios de escolha do fluido de corte:
. Material da peça: aços, inox, alumínio e ligas exigem propriedades diferentes (inibidores de corrosão, capacidade de lubrificação, etc.).
. Tipo de usinagem: torneamento, fresamento, brochamento, rosqueamento têm velocidades, pressões de corte e vazões distintas.
. Condições de corte: velocidade, avanço e profundidade de corte influenciam na necessidade de lubrificação versus resfriamento.
. Compatibilidade com máquina: sistema de bombeamento e filtros podem restringir viscosidade e tipo de fluido (nebulosa, espumas, estabilidade).
. Saúde e meio ambiente: fluidos sintéticos têm melhor biostabilidade e menor odor, enquanto óleos puros podem gerar fumos ou névoas prejudiciais.
. Custo e manutenção: considerar preço do fluido, vida-útil, frequência de troca e tratamento de fluido usado (tratamento químico ou descarte).
Resposta
Função: resfriar, lubrificar, limpar e proteger contra corrosão (
C).
Classificação DIN :
Grupo C (óleos puros C
–C
)
Grupo E (emulsões E
–E
)
Grupo S (sintéticos S
–S
)
Grupo H (semissintéticos H
–H
)
Grupo P (pastosos)
Critério de escolha: tipo de material, operação de usinagem, condições de corte, compatibilidade com equipamento, aspectos de saúde/meio ambiente e custo/manutenção.
Classificação DIN
Critério de escolha: tipo de material, operação de usinagem, condições de corte, compatibilidade com equipamento, aspectos de saúde/meio ambiente e custo/manutenção.